São Paulo, domingo, 18 de abril de 2010

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VARGAS INICIA CASAMENTO COM FUTEBOL

DA REPORTAGEM LOCAL

O fim da República Velha fez a política e o futebol se aproximarem no Brasil.
Na sua segunda Copa, disputada na Itália, a seleção brasileira teve como chefe da delegação Lourival Fontes, um dos mais próximos colaboradores de Getúlio Vargas. O próprio presidente tratou de colocar o futebol dentro do palácio de governo -à época, a capital do país era no Rio de Janeiro.
Antes do embarque para a Itália, ele recebeu a delegação. Em discurso, afirmou que "a missão [do time na Copa da Itália] não era somente de caráter esportivo, mas envolvia o desempenho de um dever cívico".
Mas Vargas não foi capaz de pacificar outra grande disputa no mundo do futebol brasileiro, desta vez envolvendo cartolas favoráveis e contra a introdução do profissionalismo na modalidade. O desencontro era tamanho que os responsáveis pela montagem do elenco não conseguiram reunir todos os nomes desejados, a ponto de a equipe viajar com apenas 17 jogadores para a Europa.
O resultado foi outra performance medíocre no Mundial, eliminação logo na estreia, e a chance perdida para Vargas faturar politicamente com o esporte que já mexia com o coração dos brasileiros. (PC)


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