São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011

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MEU CASO COM A FOLHA

Como fui parar na Folha

DANUZA LEÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Em 2001, eu trabalhava em um jornal do Rio. Um dia, por razões que não vêm ao caso, me demiti, sem saber o que iria fazer a partir daí. Eram 11h da manhã; lá pelas 12h saí da sala e, quando voltei, havia um recado da Folha. Telefonei, e era um convite para trabalhar lá.
Rapidíssima, a Folha. Eu, que já achava o jornal o máximo, aceitei correndo, e aqui estou até hoje.
É sempre difícil começar um trabalho novo; será que vai dar certo? Será que vão gostar de mim? Fui a São Paulo conhecer seu Frias, o Otavio e parte da direção. Foram todos muito simpáticos comigo, mas fiquei paralisada, muda, e ainda bem que o encontro durou pouco.
Conheci novas pessoas, fiz novos amigos e vim a ser colega de meu neto, então fotógrafo do jornal. Não é bom, tudo isso?
Em novembro vai fazer dez anos que trabalho na Folha, onde escrevo sobre tudo que se passa na minha cabeça, e passei por quase todos os cadernos do jornal.
Já falei sobre violência, mundo gay, o papa, Lula, gastronomia, ricos, pobres, amor, paixão, ódio, pedofilia, convenções de partidos políticos, jantar no Alvorada (nos tempos de FH), Carnaval, futebol, casamentos, viagens, acho que só não escrevi sobre economia --ninguém é louco de pedir isso a mim, que mal sei ler o extrato de um banco.
Quando às vezes sai a chamada da minha coluna na primeira página, telefono para todos os meus amigos para contar e passo o dia feliz da vida, me achando o máximo.
Foram mais de 600 colunas, e nunca --nunca-- houve uma só censura, uma só palavra, um só pedido, para que mudasse alguma coisa do que havia escrito.
É bom trabalhar na Folha. Muito bom. Espero continuar encontrando toda manhã, ainda por anos e anos, meu jornal debaixo da porta, impresso, como é hoje.
Bom mesmo é quando conheço alguém que não é da cidade e pergunta o que eu faço. Tenho dificuldade em dizer que sou jornalista, pois acho a profissão tão fantástica que não ouso me incluir entre eles assim, como sendo natural. Então, digo que escrevo em jornal e, quando me perguntam para que jornal, aí finjo o meu ar mais modesto e respondo, toda prosa: "Na Folha".


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