São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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155 anos

Ribeirão ainda busca ampliar sua área verde

Prefeitura diz ter adotado medidas mais rígidas para garantir proteção

Ministério Público aponta, no entanto, que a cidade tem índice de apenas 15% de cobertura vegetal

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


Ribeirão Preto possui apenas 15% de cobertura vegetal, um dos menores índices da bacia do Rio Pardo, de acordo com o Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), do Ministério Público Estadual.
Questionada, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou, em nota enviada à reportagem, que realiza um levantamento para medir o índice atual de área verde, que deve demorar mais cinco meses para ficar pronto.
A prefeitura diz ter adotado maior rigidez na fiscalização de obras que podem prejudicar o meio ambiente.
No início deste mês, por exemplo, embargou obra de rede de abastecimento de água que era feita no canteiro central da avenida Costábile Romano, construída para um condomínio particular.
Raízes de árvores foram arrancadas com a vala aberta para receber a adutora.
O pedido para a obra foi protocolado em maio e ainda não havia sido liberado no final da semana passada.
Outras ações, porém, são consideradas pela Promotoria como desastrosas.
Uma das últimas intervenções em áreas verdes foi a supressão parcial de rotatória e de canteiro para a realização da Stock Car no Jardim Nova Aliança, o que acabou motivando o promotor da Habitação, Antonio Alberto Machado, a instaurar um inquérito civil público.
Simone Kandratavicius, diretora da Associação Ecológica Cultural Pau Brasil, afirma que as áreas consideradas críticas estão nas zonas norte, leste e oeste -esta última, a região com mais espaços vazios e áreas permeáveis da cidade.
"A zona leste deveria ter proteção máxima por ser área de recarga do aquífero Guarani e, portanto, mantida sempre permeável. Entretanto, comercialmente, é uma área muito visada, e a prefeitura acaba evitando parques ali, privilegiando a iniciativa privada em detrimento do bem coletivo", afirmou ela.
De acordo com Olavo Nepomuceno, técnico do Gaema, muitas das áreas apontadas como verdes pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente são, na realidade, depósitos de lixo e entulho, que geram fumaça em vez de frescor e umidade.
"Muitas delas [áreas verdes] são perdidas devido às invasões e doações irregulares", afirmou.

CINTURÃO
O promotor do Gaema Marcelo Pedroso Goulart defende a criação de um cinturão verde no entorno de Ribeirão. "Na nossa volta, só existe cana-de-açúcar. Respiramos um ar muito ruim", afirmou.
Embora aponte o número reduzido de áreas verdes na cidade, ele afirma que ainda é possível encontrar trechos urbanos com resquícios de arborização.
"São pequenos trechos, como parte da avenida Costábile Romano, que, além de ter árvores, não é poluída com outdoor. Mas é só um pequeno trecho. O verde em Ribeirão está em poucos parques", disse o promotor. (GABRIELA YAMADA)


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