São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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155 anos

Especialistas questionam anúncio do fim das enchentes em Ribeirão

Segundo eles, é necessário reverter a impermeabilização do solo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


A Prefeitura de Ribeirão anuncia o fim das enchentes na cidade até 2012, quando está previsto o término das obras antienchentes. A viabilidade da previsão da administração, porém, é questionada por especialistas.
Para a arquiteta e consultora ambiental Nádia Fontes, o desmatamento e o adensamento urbano, estimulados pela especulação imobiliária ao longo dos anos, fazem com que haja intervenções drásticas para remediar o problema do aumento do volume de água de chuva e da velocidade do escoamento.
"Digo remediar porque o problema só é solucionado quando atacado em suas causas, a exemplo da Alemanha e do Japão, que estão revertendo a impermeabilização do solo e a retificação dos canais para devolver aos rios os seus leitos naturais."
Segundo ela, a reforma do canal na av. Jerônimo Gonçalves representa um paliativo emergencial e pontual para as áreas que hoje são mais atingidas pelas enchentes.
"A obra apenas transfere o volume de água e o problema para um ponto a jusante, havendo riscos de alagamentos futuros na Via Norte."
Por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Obras, Abranche Fuad Abdo, afirmou que haverá a construção de uma ponte na rotatória Amin Calil, no começo da Via Norte, para contribuir com o aumento da vazão do ribeirão Preto naquela área.
Para o arquiteto Ricardo Carvalho, especialista em planejamento urbano pela UnB (Universidade de Brasília), o processo de urbanização sem o planejamento da perda dos solos insubstituíveis acarreta na impermeabilização, um dos grandes problemas da cidade.
O custo total das obras antienchentes, divididas em quatro etapas, está estimado em R$ 100 milhões.
(GABRIELA YAMADA)


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