São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Só Enem não basta para escolher colégio, dizem educadores

Perfil da família e do aluno, projeto pedagógico e modo como escola avalia os alunos são pontos importantes

Professor lembra ainda que as médias das primeiras colocadas são muito próximas umas das outras

FABIANA REWALD
DE SÃO PAULO

A classificação das escolas no Enem é um dos critérios que costumam ser usados na hora de escolher um colégio. Mas não deve ser o único nem o principal critério, de acordo com educadores.
Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, lembra que as médias obtidas pelas primeiras colocadas são muito próximas umas das outras.
Além disso, o resultado de cada escola é dado com base na média das notas dos alunos que participaram do exame. Ou seja, nem todos obtiveram aquele bom resultado.
Para a psicopedagoga Maria Irene Maluf, o peso dado à nota no Enem na escolha de um colégio de ensino médio deve ser de 10%. Os outros 90% devem se basear nas características da família e do estudante e nos objetivos que se tem para ele.
Não adianta o adolescente estudar em um colégio rígido demais se em casa ele tem uma educação mais liberal. Os pais não podem querer viajar com os filhos sempre aos finais de semana se a escola demanda muito tempo de estudo em casa.
Por isso, a proposta pedagógica deve estar de acordo com os valores da família.

AVALIAÇÃO
Saber como os estudantes são avaliados também é importante. Há alunos que se saem melhor em provas orais, outros precisam ter a chance de fazer recuperação ao final do bimestre e há também aqueles que não se dão bem em trabalhos de grupo.
A formação dos professores é algo essencial. Além de checar se o docente tem curso superior e pós, é bom saber se dar aulas é a paixão dele ou um bico enquanto não arranja outro emprego.
Qualidade do material didático, estrutura, localização e a mensalidade são outros pontos importantes.
Além disso, a vontade do estudante também não pode ser deixada de lado. "Se a escolha é só dos pais, o aluno não vai se comprometer", diz Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.


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