São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Petróleo exige alta qualificação

Além dos altos salários, possibilidade de trabalhar no exterior é outro atrativo da profissão

ALADIM LOPES GONÇALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As boas notas em matemática, química e física na época de escola serviram de estímulo para Helton Sávio de Paula, 28, apostar na carreira de engenheiro de petróleo.
Atualmente ele trabalha como consultor de perfuração em uma empresa de monitoramento em tempo real em plataformas e poços de petróleo, no Rio de Janeiro.
Como mora na capital paulista, Helton concilia a ponte aérea com plantões de 15 dias e folga em igual período. "É o mesmo regime de trabalho de uma plataforma."
Apesar do ritmo intenso, ele não reclama. "Viajo bastante. Fiz vários cursos nos Estados Unidos e o próximo será na China."
De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da USP Wilson Siguemasa Iramina, o profissional dessa área pode atuar em todo o processo de exploração, desde a prospeção do poço até a extração do petróleo.
O professor ressalta que o mercado de trabalho é formado essencialmente por empresas de exploração, além de prestadoras de serviços e fabricantes de equipamentos para o setor.
"É possível trabalhar em grandes companhias no Brasil ou no exterior, mas o nível de exigência das empresas estrangeiras é altíssimo."
O coordenador do curso de engenharia de petróleo e gás da Estácio UniRadial, Pedro Duarte Filho, conta que o visto para uma carreira internacional requer "inglês fluente e, pelo menos, uma especialização ou MBA [curso para formação de executivos]".
Para melhorar o currículo, Helton aprimorou os conhecimentos de informática, estudou alemão e faz MBA em gestão empresarial.
"Bons contatos também ajudam. Saí da faculdade direto para um trainee na área de perfuração."
O ciclo básico do curso engloba aulas de matemática, física, química e informática.
A parte específica inclui perfuração, extração e produção de petróleo "offshore" (no mar) e "onshore" (em terra), além de conceitos de geologia, como análise de solo.

RECOMPENSA
No 4º ano da PUC-Rio, Rhamany Santana Moreira, 22, alerta que o curso envolve muito cálculo e não é nada fácil, "mas a recompensa são os altos salários".
Ele é autor do blog QG do Petróleo (www.qgdopetroleo.blogspot.com), que lhe rendeu contatos com gente do Brasil e do exterior.
Segundo relatório do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), o piso inicial da categoria chega a R$ 4.335.
Mas o coordenador do curso da Unisanta (em Santos, a 72 km de SP), Robson José Dourado, acredita que as perspectivas podem ser ainda melhores.
"Já vi engenheiro com inglês fluente entrar nessa área com salário de R$ 7.000."

FOLHA.com
Ouça entrevista com o engenheiro de petróleo Helton Sávio de Paula
folha.com.br/mm798377


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