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Sustentabilidade é o foco principal da agroecologia
Produção de alimentos orgânicos é uma das áreas de atuação do profissional
ANA PAULA ANJOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um aluno que coloca a
mão na terra. Esse é o perfil
do estudante de agroecologia, curso oferecido por mais
de dez instituições do país.
Existente na UFSCar (federal de São Carlos) desde
2009, o ponto forte da graduação é a prática. "Já no primeiro ano, os alunos saem
da sala e vão para o campo",
afirma o coordenador do curso, Manuel Baltasar da Costa.
Para ele, o curso de agroecologia é uma espécie de
agronomia invertida. "A
agroecologia faz uma crítica
à agronomia moderna. O curso não pensa a agricultura
somente pela ótica econômica e produtiva", resume.
Um das principais preocupações é com a sustentabilidade. A engenheira agrônoma e presidente da Associação de Agricultura Orgânica
Ondalva Serrano, 70, define
a profissão como "uma agricultura comprometida com
os recursos naturais". Desde
1943, ela trabalha de forma
sustentável no campo.
ALIMENTOS ORGÂNICOS
Uma das áreas de atuação
do agroecólogo é a produção
de alimentos orgânicos. Trabalhar nesse setor é o que deseja Artur Nagy, 20, estudante do 2º ano da UFSCar.
"Eu gostaria de trabalhar
na minha propriedade, a
princípio com pomar, fruticultura", planeja.
Segundo a gerente comercial de alimentos orgânicos
do Grupo Pão de Açúcar,
Sandra Sabóia, 42, o interesse por esse tipo de produto é
crescente. "A gente sempre
abre uma portinha para o
produtor vender orgânico."
Segundo ela, a preocupação com a alimentação saudável virou um nicho lucrativo de mercado. "Dentro do
setor de frutas, legumes e
verduras, o de orgânicos é o
que mais cresce", diz Sandra.
REGULAMENTAÇÃO
Coordenador do primeiro
curso superior de agroecologia no país, oferecido pelo IFSEMG (Instituto Federal do
Sudeste de Minas Gerais), Eli
Lino de Jesus relata a dificuldade que esses cursos têm
para regulamentação.
"O cadastramento do curso pelo Crea-MG (Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) foi
feito com o nome de tecnólogo em agropecuária, e não
explicita que é tecnólogo em
agroecologia", diz.
Mas, para Helieser José Resende, assessor da comissão
de educação do Crea-MG, os
alunos não devem se preocupar. "O que importa é o que a
pessoa pode fazer, e não o
nome [do curso]."
FOLHA.com
Ouça entrevista com
Sandra Sabóia, do Grupo
Pão de Açúcar
folha.com.br/mm798000
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