São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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ENTREVISTA SILVIO BOCK

Não basta ler o folheto do curso

PEDAGOGO EXPLICA O QUE FAZER ANTES DE ESCOLHER A CARREIRA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O pedagogo Silvio Bock, 58, diretor do Nace, empresa de orientação profissional, já ajudou muitos jovens no difícil momento da decisão por um curso superior.
Confira os principais trechos da entrevista em que ele dá dicas de como proceder antes de optar por um curso recém-criado. (GERMANO ASSAD)

 

Folha - Como surgem as novas áreas?
Silvio Bock -
As profissões não surgem do nada, a necessidade vem se constituindo na mudança da sociedade, da tecnologia e, de repente, um campo se destaca. Em geral, já existem pessoas atuando nessa área antes da formalização de cursos ou da regularização da profissão.
As instituições captam essa tendência e acabam adaptando o campo ao formato de graduações técnicas, bacharelados e licenciaturas.

Como isso ocorre na prática?
As profissões e ocupações têm movimento, elas não são estáticas no tempo. As tradicionais, se quiserem continuar existindo, terão de identificar novos campos de trabalho para criar possibilidades de intervenção.
O direito faz isso com muita percepção da realidade.
Hoje, você tem o direito internacional, o ambiental, o do consumidor, os direitos difusos, todas áreas recentes.
As mais novas acabam se destacando de alguma forma. Zootecnia, por exemplo, era uma cadeira de veterinária. A graduação em oceanografia, quando criada por uma faculdade privada do Rio, chegou a ser desacreditada. Hoje, é difundida pelo país e disponível em diversas federais, inclusive.

Quais as vantagens e desvantagens de ingressar em uma área nova?
É um risco, porque você não tem outras formações que possam deixá-lo mais flexível no mercado. Por outro lado, você tem uma superespecialização, o que é uma grande vantagem.
A nanotecnologia surgiu porque biofísicos, químicos e outros profissionais começaram a atuar na área. A gerontologia e a educação especial, porque médicos, educadores e outros profissionais também intervieram.
Formar-se nessas possibilidades pode encurtar o caminho para o mercado na mesma medida em que pode restringir a atuação profissional. Por isso, nesses casos, é ainda mais importante que a pessoa esteja segura quanto à opção pela profissão.

Como diferenciar cursos com respaldo no mercado de modismos e invencionices?
Tem que buscar informações de todos os lados. Não só ler o folheto do curso, que é uma fonte, mas estudar a grade curricular e buscar outras possibilidades, conversando com profissionais da área ou que estejam próximos da área. Também pesquisando a qualidade da instituição que oferece o curso, pelas avaliações do MEC (Ministério da Educação).

FOLHA.com
Leia a entrevista de Silvio Bock na íntegra
folha.com.br/sa798976


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