São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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DATAFOLHA

Pesquisa revela que o presidente está à frente de Getúlio Vargas, José Sarney, Juscelino Kubitschek, João Figueiredo e Itamar Franco, mas mandato termina com avaliação pior do que há quatro anos

Eleitor considera FHC o melhor presidente que o Brasil já teve

RENATO FRANZINI
DA REDAÇÃO

Fernando Henrique Cardoso é considerado hoje o melhor presidente na história da República, revela pesquisa Datafolha. De 14.559 eleitores entrevistados, FHC recebeu 18% das menções, à frente de Getúlio Vargas (14%), José Sarney (11%), Juscelino Kubitschek (8%), João Figueiredo (3%), Itamar Franco (2%), Fernando Collor (2%) e Jânio Quadros (1%).
Segundo o instituto, apesar de FHC e Vargas estarem em situação de empate técnico, é mais provável estatisticamente que FHC esteja à frente. No limite da margem de erro (de dois pontos percentuais para mais ou para menos), cada um pode ter 16%.
O levantamento foi feito dos dias 9 a 11 deste mês e é o último do gênero a ser realizado pelo Datafolha no governo de Fernando Henrique Cardoso, que está no fim de seu segundo mandato.
O instituto perguntou: "Pelo que você sabe ou ouviu falar, qual foi o melhor presidente que o Brasil já teve?" A resposta era espontânea -ou seja, não foi exibida uma lista com os mandatários desde que o Brasil se tornou uma República, em 1889.
Segundo o Datafolha, FHC supera os outros presidente graças aos eleitores mais jovens.
FHC foi citado como o melhor presidente por 19% dos entrevistados com 16 a 24 anos. Vargas, que governou de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, teve 13% das menções nessa faixa de idade; Sarney (1985-90), 5%; e JK (1956-60), 6%. Na faixa dos com 25 a 34 anos, o resultado foi FHC, 21%, Vargas, 10%, Sarney, 13%, e JK, 7%.
Já entre os eleitores com mais de 60 anos, FHC obteve 13% das citações; Vargas, 31%; Sarney, 8%; e JK, 12%.
O atual presidente também se saiu melhor que os demais entre os eleitores com menos renda e escolaridade, entre os que moram no interior e entre os das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Entre os eleitores com nível superior, por exemplo, FHC e JK têm 20% das citações cada um, e Vargas fica com 23%.
Também é grande a disparidade nos Estados em que o Datafolha fez entrevistas em número suficiente para possibilitar uma análise de maneira individualizada.
São Paulo é a unidade da Federação com os resultados que mais se aproximam da média nacional. FHC foi considerado o melhor por 16% dos que votam no Estado, Vargas, por 14%, Sarney, por 11%, e JK, por 7%.
No Rio de Janeiro, Vargas obteve 24% das citações e bateu FHC (10%), Sarney (8%) e JK (12%). Em Minas, JK teve 18%, e FHC, 15%. No Rio Grande do Sul, Vargas teve 20%, e FHC, 19%.
Os melhores resultados de Fernando Henrique Cardoso foram em Pernambuco (22%), Paraná (21%) e Santa Catarina (20%).
No Distrito Federal, 23% consideram o criador de Brasília, Juscelino Kubitschek, o melhor presidente que o Brasil já teve, à frente de FHC (16%) e Vargas (14%).

Aprovação
Apesar do bom resultado na comparação histórica, o FHC termina seu segundo mandato com uma taxa de reprovação maior do que a de aprovação.
Na última pesquisa, 26% dos entrevistados avaliaram o governo FHC como ótimo ou bom, 36%, como regular, e outros 36%, como ruim ou péssimo; 2% não souberam responder. A taxa de aprovação (26%) é menor do que as obtidas por FHC no fim de seu primeiro mandato (35%) e por Itamar em 1994 (41%). E é maior que as dos finais de governo de Collor (9%) e Sarney (9%).
De 0 a 10, a nota média obtida por FHC na última pesquisa foi 5, sendo que 18% dos entrevistados deram a ele nota 0, e 8%, 10.
No primeiro mandato, a média girou em torno de 6 e teve um pico de 6,5 em dezembro de 96. Em dezembro de 98, estava em 4,7.
No segundo mandato, com a desvalorização do real logo em janeiro de 1999, a nota média despencou e atingiu seu menor nível em setembro daquele ano: 3,5. Desde então, o presidente se recuperou e obteve 5,6 em junho deste ano. Mas, no segundo semestre, a nota voltou a cair e fechou em 5.
Em outra pergunta que revela a divisão na opinião dos eleitores, 35% consideraram que o Brasil está hoje melhor do que há oito anos, e 34%, que está pior. Para 28%, está igual, e 3% não souberam responder.


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