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DATAFOLHA
Pesquisa revela que o presidente está à frente de Getúlio Vargas, José Sarney, Juscelino Kubitschek, João Figueiredo e Itamar Franco, mas mandato termina com avaliação pior do que há quatro anos
Eleitor considera FHC o melhor presidente que o Brasil já teve
RENATO FRANZINI
DA REDAÇÃO
Fernando Henrique Cardoso é considerado hoje
o melhor presidente na história da República,
revela pesquisa Datafolha. De 14.559 eleitores
entrevistados, FHC recebeu 18% das menções, à frente
de Getúlio Vargas (14%), José Sarney (11%), Juscelino
Kubitschek (8%), João Figueiredo (3%), Itamar Franco (2%), Fernando Collor (2%) e Jânio Quadros (1%).
Segundo o instituto, apesar de
FHC e Vargas estarem em situação de empate técnico, é mais
provável estatisticamente que
FHC esteja à frente. No limite da
margem de erro (de dois pontos
percentuais para mais ou para
menos), cada um pode ter 16%.
O levantamento foi feito dos
dias 9 a 11 deste mês e é o último
do gênero a ser realizado pelo Datafolha no governo de Fernando
Henrique Cardoso, que está no
fim de seu segundo mandato.
O instituto perguntou: "Pelo
que você sabe ou ouviu falar, qual
foi o melhor presidente que o Brasil já teve?" A resposta era espontânea -ou seja, não foi exibida
uma lista com os mandatários
desde que o Brasil se tornou uma
República, em 1889.
Segundo o Datafolha, FHC supera os outros presidente graças
aos eleitores mais jovens.
FHC foi citado como o melhor
presidente por 19% dos entrevistados com 16 a 24 anos. Vargas,
que governou de 1930 a 1945 e de
1951 a 1954, teve 13% das menções
nessa faixa de idade; Sarney
(1985-90), 5%; e JK (1956-60), 6%.
Na faixa dos com 25 a 34 anos, o
resultado foi FHC, 21%, Vargas,
10%, Sarney, 13%, e JK, 7%.
Já entre os eleitores com mais de
60 anos, FHC obteve 13% das citações; Vargas, 31%; Sarney, 8%; e
JK, 12%.
O atual presidente também se
saiu melhor que os demais entre
os eleitores com menos renda e
escolaridade, entre os que moram
no interior e entre os das regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Entre os eleitores com nível superior, por exemplo, FHC e JK
têm 20% das citações cada um, e
Vargas fica com 23%.
Também é grande a disparidade
nos Estados em que o Datafolha
fez entrevistas em número suficiente para possibilitar uma análise de maneira individualizada.
São Paulo é a unidade da Federação com os resultados que mais
se aproximam da média nacional.
FHC foi considerado o melhor
por 16% dos que votam no Estado, Vargas, por 14%, Sarney, por
11%, e JK, por 7%.
No Rio de Janeiro, Vargas obteve 24% das citações e bateu FHC
(10%), Sarney (8%) e JK (12%).
Em Minas, JK teve 18%, e FHC,
15%. No Rio Grande do Sul, Vargas teve 20%, e FHC, 19%.
Os melhores resultados de Fernando Henrique Cardoso foram
em Pernambuco (22%), Paraná
(21%) e Santa Catarina (20%).
No Distrito Federal, 23% consideram o criador de Brasília, Juscelino Kubitschek, o melhor presidente que o Brasil já teve, à frente
de FHC (16%) e Vargas (14%).
Aprovação
Apesar do bom resultado na
comparação histórica, o FHC termina seu segundo mandato com
uma taxa de reprovação maior do
que a de aprovação.
Na última pesquisa, 26% dos
entrevistados avaliaram o governo FHC como ótimo ou bom,
36%, como regular, e outros 36%,
como ruim ou péssimo; 2% não
souberam responder. A taxa de
aprovação (26%) é menor do que
as obtidas por FHC no fim de seu
primeiro mandato (35%) e por
Itamar em 1994 (41%). E é maior
que as dos finais de governo de
Collor (9%) e Sarney (9%).
De 0 a 10, a nota média obtida
por FHC na última pesquisa foi 5,
sendo que 18% dos entrevistados
deram a ele nota 0, e 8%, 10.
No primeiro mandato, a média
girou em torno de 6 e teve um pico de 6,5 em dezembro de 96. Em
dezembro de 98, estava em 4,7.
No segundo mandato, com a
desvalorização do real logo em janeiro de 1999, a nota média despencou e atingiu seu menor nível
em setembro daquele ano: 3,5.
Desde então, o presidente se recuperou e obteve 5,6 em junho deste
ano. Mas, no segundo semestre, a
nota voltou a cair e fechou em 5.
Em outra pergunta que revela a
divisão na opinião dos eleitores,
35% consideraram que o Brasil
está hoje melhor do que há oito
anos, e 34%, que está pior. Para
28%, está igual, e 3% não souberam responder.
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