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CORINTHIANS
Ao unir mesmice e novidade, campeão imita campeonato
Dono do maior número de
títulos paulistas, o Corinthians moldou a sua atual
equipe da mesma maneira como
foi gerada a edição deste ano da
competição.
Assim como o Estadual-04 é
obra de um presidente estreante
com heranças de seu antecessor, o
time corintiano foi montado com
a ajuda de novos dirigentes, mas
usou fórmulas do passado.
Em campo, o atual campeão
exibe caras novas, caso de Dinelson, 19, e figuras conhecidas há
muito tempo, como Rincón, 37.
Resgatado após dois anos parado, cuidando de seus negócios em
Miami, ele terá a missão de liderar
o time ao lado de Rogério.
"Ainda bem que chegou mais
gente para dividir [o papel de líder]", afirmou o lateral e capitão.
A partir da estréia, jovens como
Marquinhos irão conhecer o temperamento explosivo do novo líder, que costuma gritar com os
companheiros e já chegou a sair
no braço com alguns no vestiário.
Rincón terá a companhia de outro colega com pavio curto: Fábio
Costa. O ex-santista, principal reforço do time, também coleciona
encrencas em sua carreira.
"Sou maloqueiro, brigo com
quem precisar para o meu time
ganhar", declarou o goleiro.
No ano passado, pelo Santos, ele
trocou sapatadas com a torcida
do Corinthians na Vila Belmiro.
A presença de Rincón é um dos
reflexos da repetição de estratégias usadas sem sucesso pelo clube no passado. Em 2003, a chegada de jogadores enferrujados, como Jamelli e André Luiz, foi considerada pelos próprios dirigentes
como uma das causas do fracasso
no Nacional de pontos corridos.
Agora, além de Rincón, também vieram o meia Rodrigo, que,
após contusão, não jogou em sua
última temporada pelo Everton
(ING), e uma série de atletas que
não eram titulares absolutos.
A receita de dar chance a jogadores que fracassaram em rivais
foi reeditada com a contratação
de Marcelo Ramos, 30. Ele estava
no Japão, mas teve passagens apagadas por São Paulo e Palmeiras.
"Não tive tempo para mostrar
meu futebol nos dois clubes. Acho
que a torcida vai me julgar pelo o
que eu fizer aqui, não pelo que fiz
nos adversários", disse o atacante.
As contratações foram comandadas por quatro dirigentes, deixando para trás a época em que o
vice de futebol Antônio Roque Citadini tomava todas as decisões.
A descentralização foi resultado
da má campanha no Nacional-03
e da disputa pelo poder no clube.
Andrés Sanchez, vice de esportes terrestres, e Francisco Papaiordanou, vice de relações públicas, passaram a integrar o departamento de futebol. Foi uma
exigência de Nesi Curi, que controla as categorias de base e é desafeto de Citadini.
Sanchez e Papaiordanou se juntaram ao vice que já estava no comando e ao diretor técnico Rivel-lino. As contratações feitas pelo
quarteto mostraram que, na prática, a mudança não foi radical.
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