São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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CORINTHIANS

Ao unir mesmice e novidade, campeão imita campeonato

Dono do maior número de títulos paulistas, o Corinthians moldou a sua atual equipe da mesma maneira como foi gerada a edição deste ano da competição.
Assim como o Estadual-04 é obra de um presidente estreante com heranças de seu antecessor, o time corintiano foi montado com a ajuda de novos dirigentes, mas usou fórmulas do passado.
Em campo, o atual campeão exibe caras novas, caso de Dinelson, 19, e figuras conhecidas há muito tempo, como Rincón, 37.
Resgatado após dois anos parado, cuidando de seus negócios em Miami, ele terá a missão de liderar o time ao lado de Rogério.
"Ainda bem que chegou mais gente para dividir [o papel de líder]", afirmou o lateral e capitão.
A partir da estréia, jovens como Marquinhos irão conhecer o temperamento explosivo do novo líder, que costuma gritar com os companheiros e já chegou a sair no braço com alguns no vestiário.
Rincón terá a companhia de outro colega com pavio curto: Fábio Costa. O ex-santista, principal reforço do time, também coleciona encrencas em sua carreira.
"Sou maloqueiro, brigo com quem precisar para o meu time ganhar", declarou o goleiro.
No ano passado, pelo Santos, ele trocou sapatadas com a torcida do Corinthians na Vila Belmiro.
A presença de Rincón é um dos reflexos da repetição de estratégias usadas sem sucesso pelo clube no passado. Em 2003, a chegada de jogadores enferrujados, como Jamelli e André Luiz, foi considerada pelos próprios dirigentes como uma das causas do fracasso no Nacional de pontos corridos.
Agora, além de Rincón, também vieram o meia Rodrigo, que, após contusão, não jogou em sua última temporada pelo Everton (ING), e uma série de atletas que não eram titulares absolutos.
A receita de dar chance a jogadores que fracassaram em rivais foi reeditada com a contratação de Marcelo Ramos, 30. Ele estava no Japão, mas teve passagens apagadas por São Paulo e Palmeiras.
"Não tive tempo para mostrar meu futebol nos dois clubes. Acho que a torcida vai me julgar pelo o que eu fizer aqui, não pelo que fiz nos adversários", disse o atacante.
As contratações foram comandadas por quatro dirigentes, deixando para trás a época em que o vice de futebol Antônio Roque Citadini tomava todas as decisões.
A descentralização foi resultado da má campanha no Nacional-03 e da disputa pelo poder no clube.
Andrés Sanchez, vice de esportes terrestres, e Francisco Papaiordanou, vice de relações públicas, passaram a integrar o departamento de futebol. Foi uma exigência de Nesi Curi, que controla as categorias de base e é desafeto de Citadini.
Sanchez e Papaiordanou se juntaram ao vice que já estava no comando e ao diretor técnico Rivel-lino. As contratações feitas pelo quarteto mostraram que, na prática, a mudança não foi radical.


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