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Tempo de beber
Verdades e mentiras
Quanto mais velho,
melhor o vinho?
Mentira. Há vinhos que se aperfeiçoam ao longo de anos ou décadas, como
o do Porto e os grandes Bordeaux, mas mesmo esses têm limites. O vinho
tem um período de amadurecimento, outro de apogeu, outro de decadência.
Muitos percorrem esse ciclo num curto período. A maior parte envelhece
antes de chegar ao mercado. Hoje, os chamados ‘‘vinhos de guarda’’, que
melhoram com os anos, são exceção.
Peixe vai com branco e carne, com tinto?
Em termos. Carnes brancas, mais leves, se harmonizam mais com vinhos
brancos, também mais leves; carnes vermelhas, mais fortes, com vinhos
tintos, mais encorpados. Mas não é uma regra definitiva: o molho tem de
ser levado em conta, e há brancos mais encorpados que tintos.
Brancos devem ser resfriados; tintos, servidos à temperatura ambiente?
Em termos. É verdade que a maioria dos tintos fica melhor à temperatura
ambiente, enquanto os brancos são melhores resfriados. Se a temperatura
ambiente for em torno de 18°C, é adequada ao tinto. Mas, se for de 30°C,
não hesite em resfriá-lo, mesmo que isso choque os convidados.
Quanto mais caro,
melhor é o vinho?
Mentira. Essa idéia é esnobe e desatualizada. Numa mesma região e de um
mesmo produtor, quase sempre preços acompanham qualidade.
Considerando-se a oferta geral, o mito desmorona. Há vinhos de países
emergentes, como o Chile, com qualidade maior do que a de um europeu de
mesmo preço.
Vinho bom é aquele com gostinho da uva?
Mentira. Sentir gosto de uva não é critério para medir qualidade de um
vinho. Pelo contrário, os melhores vinhos têm o dom de desenvolver
aromas e sabores bem mais ricos que o do suco de uva: chocolate,
framboesa, baunilha, especiarias, compotas.
Um copo impróprio muda o gosto do vinho?
Verdade. Faça uma experiência: beba o mesmo vinho numa taça apropriada e
num copo comum, de água. A diferença é gritante. Um copo muito aberto
volatiliza os aromas, enquanto a taça, com bordas convergentes (formato
de tulipa), concentra os aromas em nosso nariz (o olfato é um dos
principais componentes do paladar). Outro motivo é que, dependendo do
formato, o copo joga o vinho em um ou outro ponto da língua, o que
proporciona diferentes sensações (amargo, doce etc.).
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