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Em Recife, presidente tem dia de campanha
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A duas semanas do primeiro
turno das eleições municipais, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em ritmo de campanha
eleitoral. Ontem, em Recife (PE),
beijou pessoas, anunciou projetos, elogiou as mulheres e até assentou tijolos com um martelo,
em uma casa em construção.
Com os prefeitos impedidos por
lei de participar de inaugurações
neste período do ano, Lula e comitiva apenas visitaram os locais
onde o governo federal tem participação nas realizações.
Em vez de participar de inaugurações, o presidente preferiu fazer
promessas de inaugurações futuras -anunciou que seu governo
vai criar uma extensão da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Garanhuns, no agreste
do Estado. Disse também que voltará a Recife para inaugurar casas
populares.
Com essa estratégia, não houve
impedimento para o prefeito de
Recife e candidato à reeleição,
João Paulo (PT), andar o tempo
todo ao lado de Lula. Todos os
movimentos dos dois foram gravados pela equipe que produz a
propaganda do candidato petista
na televisão.
A oposição, liderada pelo
PMDB, que polariza com o PT na
campanha eleitoral pela Prefeitura de Recife, não promoveu manifestações. Preferiu ignorar a visita,
assim como fez o governador de
Pernambuco, Jarbas Vasconcelos
(PMDB), que nem recebeu Lula
na sua chegada à cidade.
O presidente desembarcou em
Recife às 11h20, de onde seguiu
para Nova York cerca de três horas depois. Nesse período, cumpriu uma agenda feita sob medida
para João Paulo.
Brasília Teimosa
Além de visitar as obras de ampliação e reforma do aeroporto,
capitalizando para seu governo
um trabalho realizado na maior
parte durante o governo de Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), Lula foi à comunidade de
Brasília Teimosa, maior foco de
tensão surgido até agora entre
PMDB e PT na campanha.
Em agosto, uma ex-moradora
da favela de palafitas da comunidade depôs na propaganda de TV
do candidato peemedebista, Carlos Eduardo Cadoca, e criticou o
prefeito por ainda não ter entregue as casas dos ex-favelados.
Três dias depois, a mesma mulher apareceu no programa do petista declarando ter sido induzida
a mentir, por causa de uma promessa de ajuda para seus filhos.
Na avenida construída no lugar
da favela, o presidente quebrou
pela primeira vez o protocolo.
Desceu do microônibus e subiu
na mureta à beira-mar com candidatos aliados para fotografias e
filmagens. Tudo acompanhado
de longe por uma multidão estimada pelos coordenadores do
evento em 15 mil pessoas. A Polícia Militar não fez avaliação.
Lula foi em seguida ao local onde estão sendo construídas as casas das famílias de Brasília Teimosa, no bairro do Cordeiro, zona
oeste da capital pernambucana.
No local, visitou uma sala de aula
para capacitação dos moradores,
que constroem as casas em regime de mutirão, e colocou um capacete de pedreiro vermelho.
Em seguida, já com um capacete branco, assentou dois tijolos
colocados por duas operárias na
base de uma parede.
De improviso, o presidente discursou, afirmando que tinha pouco a dizer porque não estava
"inaugurando nada". Ele prometeu retornar ao local para inaugurar as casas das famílias.
Lula visitou ainda uma estação
do metrô de superfície de Recife,
onde abraçou e beijou pessoas antes de retornar ao aeroporto.
Anteontem, em São Paulo, o
presidente já havia participado da
inauguração do prolongamento
de uma avenida e reforçado a
campanha à reeleição da prefeita
Marta Suplicy (PT).
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