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CIÊNCIAS CONTÁBEIS
LÓGICA IMPORTA MAIS QUE CÁLCULO
Responsável pela saúde financeira das empresas, o contador ajuda também na tomada de decisões
NATÁLIA SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Esqueça aquela imagem antiga do contador, fazendo cálculos intermináveis sem sair do
escritório. Mais do que um mero registrador de contas e produtor de balanços, o profissional formado em ciências contábeis é fundamental para a saúde financeira das firmas.
Mesmo com a crise econômica que abalou o mundo, "o mercado [de trabalho] nunca esteve tão bom", afirma Silvia Mara
Leite Cavalcanti, vice-presidente do Conselho Federal de
Contabilidade.
Uma pesquisa realizada pela
entidade em 2008 mostrou
que, quatro anos após a formatura, a remuneração mensal varia de R$ 4.000 a R$ 8.000. Em
concursos públicos, o salário
inicial é de cerca de R$ 7.000.
Segundo pesquisa da FGV,
técnicos e fiscais de tributação
e arrecadação estão na quinta
posição entre as carreiras mais
bem remuneradas do Brasil.
Para Antoninho Marmo Trevisan, 60, dono da Trevisan
Consultoria -uma das maiores
do país- e diretor da Escola
Trevisan de Negócios, os contadores são uma espécie de "jornalistas financeiros".
"Nosso trabalho é interpretar os fatos e transformá-los em
registros", define. E para quem
acha que a falta de habilidade
com números pode atrapalhar,
ele tranquiliza. "Sou péssimo
em matemática. Só sei fazer as
quatro operações", diverte-se.
"Contabilidade trata-se muito
mais de lógica e interpretação
de fatos do que de cálculos."
Quem escolher a área agora
tem uma vantagem: uma lei de
2007 fez com que as normas da
contabilidade no Brasil passassem a seguir padrões internacionais, obrigando cursos e
profissionais a se atualizarem.
"Com a mudança, as empresas
brasileiras são obrigadas a fazer
a sua divulgação contábil nos
mesmos parâmetros das empresas no exterior", diz Henrique Formigoni, coordenador
da graduação no Mackenzie.
No setor privado, o cargo de
"controller" está em evidência
depois da crise econômica. Sua
função, além de produzir balanços, é controlar os custos
das empresas. Também estão
em alta o trabalho em consultorias e em auditorias -em que o
contador investiga e atesta as
informações contábeis fornecidas pelas companhias.
Já no setor público, a principal demanda é para fiscais de
tributos. E quem não quer ter
patrão pode ser autônomo.
Otávio Cabello, 27, decidiu
montar com três amigos, no
fim de 2007, uma consultoria
na área tributária. "Há uma carência de profissionais na área
tributária, que é muito complexa e muda a todo instante."
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