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AGRONOMIA
AGRÔNOMO DEVE SER BOM TÉCNICO E GESTOR EFICIENTE
Maior parte da atividade do agronegócio no Brasil é realizada pós-porteira
IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O bom profissional de agronomia é aquele que combina a
especialização técnica à visão
ampla do negócio. A dica é do
diretor de agronegócios da
BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros),
Ivan Wedekin, 55.
Com passagem pelo Ministério da Agricultura no primeiro
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva, ele começou a trabalhar
com crédito agrícola em um
banco após se formar, em 1974,
pela Esalq/USP. Hoje cuida da
expansão de mercados futuros
agropecuários na Bolsa.
A maior parte da atividade do
agronegócio no Brasil (70%) é
feita pós-porteira, na industrialização, na distribuição e na comercialização dos produtos.
Só 20% do setor é rural, afirma Luiz Tejon, coordenador do
núcleo de estudos do agronegócio da ESPM. Os 10% restantes
envolvem tudo o que torna a
produção possível, como tratores, adubos e sementes.
"O desenvolvimento de produtos [agrícolas] está dentro
dos grandes centros, coordenado por agrônomos", diz Glauco
Eduardo Pereira Cortez, conselheiro do Crea-SP (conselho
profissional da categoria).
O profissional de agronomia
encontra cargos em produtoras
de insumos, redes varejistas e
instituições de pesquisa em
biotecnologia, por exemplo. E,
mesmo que trabalhe na zona
rural, não é ele quem coloca a
mão na terra.
"O engenheiro agrônomo é
um gerente por excelência", define Davi Ruas, que é professor
da UFSCar.
A carreira está no sétimo lugar entre as que pagam os melhores salários no país, segundo
a pesquisa da FGV. Um dos setores que puxa a média para cima é o ligado à cadeia produtiva
de cana de açúcar, graças à alta
do segmento de bioenergia.
Segundo Fábio Mazzonetto,
coordenador do curso de agronomia do campus de Descalvado (243 km de SP) da Unicastelo, um gerente de usina pode
ganhar R$ 20 mil.
A produção de cana de açúcar
nem era o maior interesse de
Marcus Vinícius Contardi, 29,
durante a graduação, mas virou
seu foco no trabalho como
coordenador técnico regional
da certificadora Control Union,
empresa que faz o controle de
quantidade de lavouras e estoques de produtos agrícolas.
Formado em 2006 pela Faculdade Cantareira -única
com curso de agronomia na capital paulista-, uma das atribuições dele é fazer relatórios
de auditoria para bancos nacionais e internacionais. "O inglês
é primordial até para a agronomia", diz.
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