São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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AGRONOMIA

AGRÔNOMO DEVE SER BOM TÉCNICO E GESTOR EFICIENTE

Maior parte da atividade do agronegócio no Brasil é realizada pós-porteira

IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O bom profissional de agronomia é aquele que combina a especialização técnica à visão ampla do negócio. A dica é do diretor de agronegócios da BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros), Ivan Wedekin, 55.
Com passagem pelo Ministério da Agricultura no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ele começou a trabalhar com crédito agrícola em um banco após se formar, em 1974, pela Esalq/USP. Hoje cuida da expansão de mercados futuros agropecuários na Bolsa.
A maior parte da atividade do agronegócio no Brasil (70%) é feita pós-porteira, na industrialização, na distribuição e na comercialização dos produtos.
Só 20% do setor é rural, afirma Luiz Tejon, coordenador do núcleo de estudos do agronegócio da ESPM. Os 10% restantes envolvem tudo o que torna a produção possível, como tratores, adubos e sementes.
"O desenvolvimento de produtos [agrícolas] está dentro dos grandes centros, coordenado por agrônomos", diz Glauco Eduardo Pereira Cortez, conselheiro do Crea-SP (conselho profissional da categoria).
O profissional de agronomia encontra cargos em produtoras de insumos, redes varejistas e instituições de pesquisa em biotecnologia, por exemplo. E, mesmo que trabalhe na zona rural, não é ele quem coloca a mão na terra.
"O engenheiro agrônomo é um gerente por excelência", define Davi Ruas, que é professor da UFSCar.
A carreira está no sétimo lugar entre as que pagam os melhores salários no país, segundo a pesquisa da FGV. Um dos setores que puxa a média para cima é o ligado à cadeia produtiva de cana de açúcar, graças à alta do segmento de bioenergia.
Segundo Fábio Mazzonetto, coordenador do curso de agronomia do campus de Descalvado (243 km de SP) da Unicastelo, um gerente de usina pode ganhar R$ 20 mil.
A produção de cana de açúcar nem era o maior interesse de Marcus Vinícius Contardi, 29, durante a graduação, mas virou seu foco no trabalho como coordenador técnico regional da certificadora Control Union, empresa que faz o controle de quantidade de lavouras e estoques de produtos agrícolas.
Formado em 2006 pela Faculdade Cantareira -única com curso de agronomia na capital paulista-, uma das atribuições dele é fazer relatórios de auditoria para bancos nacionais e internacionais. "O inglês é primordial até para a agronomia", diz.


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