São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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DIREITO

PARA EXERCER A ADVOCACIA, É PRECISO ANTES SER APROVADO NO EXAME DA OAB

Conhecimentos em outras áreas ajudam profissional

DA REPORTAGEM LOCAL

Saber muito sobre mercado financeiro, ecologia ou telecomunicações pode fazer diferença no concorrido mercado da carreira de direito.
Só neste ano, devem se formar nesse curso no Estado de São Paulo quase 27 mil pessoas. O número de formandos triplicou em nove anos -em 93, foram 8.500. Dos cerca de 450 mil advogados que atuam no país, cerca de 160 mil trabalham no Estado.
Para driblar essa enxurrada de profissionais, o conselho é se dedicar bastante desde o início do curso e não deixar que o estágio obrigatório atrapalhe os estudos.
"Fui buscar uma especialização fora do direito para me auxiliar na advocacia do direito mobiliário [área em que trabalha"", conta o advogado Murilo Utsch Glória, 24. Ele faz um curso voltado para profissionais de mesa de operação de mercado e administradores de fundos de investimento na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Segundo o advogado, o objetivo é buscar conhecimentos que não são adquiridos na faculdade. "Não tenho escritório de papai. Com a especialização, dá para compensar a dificuldade de entrar no mercado."
Para o diretor da Faculdade de Direito da USP, professor Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, conhecimentos de outras áreas devem ajudar o profissional de direito a dirimir conflitos para os quais ainda não há respostas. "Questões ligadas à internet e à bioética são exemplos disso. Por essa razão, ao aluno de direito não basta o conhecimento técnico. É preciso cultura geral e leitura diária de jornais."
Para tornar-se advogado, o bacharel em direito precisa ser aprovado no Exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Em São Paulo, a OAB aplica três exames por ano. Na prova realizada em abril deste ano pela OAB-SP, 81% dos 14.221 inscritos foram reprovados. Foi o pior índice de aprovação desde que o exame foi instituído, em 1973.
"É muito importante estudar em uma boa faculdade. Quem estuda em curso ruim acaba com um diploma que não serve para nada", afirma o presidente nacional da OAB, Rubens Approbato.
Entre os ramos do direito em que o profissional poder atuar estão o direito tributário, o direito econômico, o direito civil, o direito penal e o direito trabalhista. Habilidades de argumentação, de análise e de conciliação ajudam a obter sucesso na carreira.



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