DA REPORTAGEM LOCAL

Pronto, o seu nome está na lista de aprovados para o curso de administração. Saiba que a conquista da vaga não é nada perto da concorrência para entrar no mercado de trabalho da carreira. Os 26,4 candidatos por vaga na USP serão uma alegre lembrança quando a disputa for entre 500 ou mil concorrentes interessados na mesma vaga de trainee.
"Foram sete fases de seleção. Currículo, provas e entrevistas em inglês e português e dinâmicas de grupo. Teve de tudo", conta o administrador de empresas Rodrigo Vargas, 24, aprovado como trainee da multinacional Storagetek, que comercializa soluções de armazenamento de dados. "Fiquei surpreendido com a dificuldade dos processos seletivos."
Para o coordenador do curso de graduação em administração da USP, professor André Luiz Fischer, 49, a preparação do profissional precisa ser mais planejada para atender a esse perfil de mercado. "O mercado é amplo, mas o ingresso é cada vez mais difícil."
Segundo o professor, os programas de trainees se tornaram praticamente a única maneira de entrar em uma boa empresa. A tendência é valorizar a formação generalista, buscando um executivo que pense a empresa do ponto de vista de sua contribuição social.
"Minha família não tem empresa. Acho que a carreira é mais difícil para quem começa assim", diz Eder Issamu Fukue, 18, que vai prestar vestibular. Fischer discorda: "Sobrenomes e empresas familiares não existem mais. É preciso ter e mostrar competência." Entre os executivos mais procurados estão os de marketing, de logística, de recursos humanos e de tecnologia da informação.


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