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Na China, onde posse não é transmitida, meio-irmão de Obama passa despercebido
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Na China, onde nenhum sinal de obamania deu as caras,
um irmão de Barack Obama
conseguiu manter o anonimato. Mark Ndesandjo, 33, mora
há sete anos no sul do país e é filho de Ruth, terceira esposa do
pai de Obama. Nasceu no Quênia e foi criado nos EUA, onde
estudou nas universidades
Brown e Stanford. Usa o sobrenome do padrasto.
Ndesandjo vive em Shenzhen, a metrópole chinesa vizinha a Hong Kong que simbolizou a abertura econômica do país há 30 anos. Na China, onde
a posse de Obama não foi transmitida por nenhum dos 12 canais da rede estatal CCTV, ele é
um desconhecido.
Na última sexta-feira, ele tocou piano em um evento filantrópico em comemoração ao
Ano Novo Chinês da Câmara
Americana de Comércio em
Shenzhen. Ele dá aulas de piano em um orfanato local.
Não se sabe bem sua profissão - já foi apresentado como
consultor de empresas chinesas que exportam para os EUA
e como consultor estratégico
de marketing pela Câmara
Americana. Em tempos de crise, preferiu não abrir suscetibilidades com negócios. Apesar
de vegetariano, o meio-irmão
de Obama também é sócio de
uma rede de churrascarias na
cidade, a "Cabin BBQ".
Ndesandjo tocou no evento o
primeiro Noturno, de Chopin,
uma canção chinesa e jazz. Vestia uma camisa de seda marrom
típica chinesa, com os botões
formados por nós.
Apenas em julho passado ele
contou a seu sócio chinês que
era irmão de Obama. Nunca
deu uma entrevista sobre o tema e se negou a falar com jornalistas presentes ao evento da
semana passada.
Pouco se sabe sobre a relação
entre os irmãos, apesar de amigos terem confessado a jornais
locais que Ndesandjo viajaria
para Washington no fim de semana para ver a posse.
Em sua biografia "A origem
dos meus sonhos", Obama se
refere ao irmão no dia em que a
família visitou o Quênia. Enquanto o hoje presidente ficou
deslumbrado, o irmão mais novo disse que era "apenas mais
um país africano miserável".
Questionado por Obama, ele
retruca, "sim, perdi minhas raízes". Ele tem a cabeça raspada,
um fino bigode e um brinco
dourado na orelha esquerda. É
casado com uma jovem chinesa, fala mandarim e confidenciou a amigos que acaba de terminar um livro, cujo título é
"De Nairóbi a Shenzhen".
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