|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÓDULO INTERNACIONAL
Na volta, empresas valorizam mais os funcionários que colocam em prática o que aprenderam lá fora
Etapa no exterior contenta maioria dos profissionais
DANIEL BIASETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De olho em um diferencial na
disputa por bons cargos até
mesmo fora do país, alguns
aproveitam o tempo dedicado
ao MBA para fazer um módulo
internacional do curso.
É o caso de 38% dos entrevistados pelo Datafolha que estão
fazendo essa especialização. A
maioria (54%) se diz muito satisfeita com essa etapa.
"Ainda que tenham experiência, muitos estão em sua
primeira viagem internacional
ligada a negócios ou aperfeiçoamento, e basta esse contato
com professores e outra cultura para impressioná-los", avalia
Pedro Mello, 64, coordenador
de programas internacionais
da Fundação Getulio Vargas.
O assessor de comunicação e
relações institucionais André
Luis Barreto Paes, 32, passou
uma semana na Universidade
de Ohio pela FGV-SP.
Ele conta que escolheu o módulo de curta duração para não
atrapalhar sua agenda na empresa. "Precisava saber o que
estão pensando lá fora para
buscar soluções num mundo
globalizado", afirma.
Fábio De Biazzi, 45, coordenador dos MBAs do Ibmec São
Paulo, conta que a escola tem
parceria com a Universidade
da Virgínia e a Darden School
of Business, em que os brasileiros fazem o curso no exterior e
as universidades enviam estudantes ao Ibmec São Paulo.
Aplicação prática
Valmir Barcelos, 32, consultor financeiro, participou do
programa do Ibmec São Paulo
com a Darden School of Business nos EUA. O tema era formação e evolução de redes de
relações sociais nas empresas.
Apesar de achar uma semana
muito pouco, destaca as aulas
de negociação e de como atingir
seu objetivo em uma empresa.
"A maneira de dar aula, de forma mais prática e com situações reais do dia-a-dia, chamou
a minha atenção", explica.
Alguns módulos são mais extensos, como o da Universidade
de Pittsburgh, que tem 15 meses e custa US$ 48,5 mil.
Bancado pela empresa, Alberto Attar, 32, diretor financeiro da Unilever, fez o curso, e
seu bom desempenho lhe rendeu a distinção Beta-Gamma-Sigma, o mais alto nível de reconhecimento acadêmico das escolas de negócios.
Ele comenta que os professores são altamente qualificados
e discutem em sala as teorias
das últimas tendências do mercado. "É um privilégio estar
com intelectuais que discutem
novas metodologias e retornos
de projetos em finanças que sequer foram postos em prática.
É um modo de se preparar para
o futuro e antever problemas."
Ter aula em outra língua, porém, não basta para alcançar
sucesso na carreira. Silvia Regina Espesani, superintendente
de RH da União Química, diz
que, se o profissional não tiver
percepção empírica de sua função, de nada valerá o MBA.
"Acreditamos no papel dos
multiplicadores. O que esperamos dos que estudam fora e
voltam é que coloquem em prática as habilidades adquiridas
para que a empresa se beneficie
com o que foi assimilado por
eles durante a formação."
Texto Anterior: Perfil das escolas: Aluno busca sintonia com mercado Próximo Texto: Curso fora liga ao global Índice
|