São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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MÓDULO INTERNACIONAL

Na volta, empresas valorizam mais os funcionários que colocam em prática o que aprenderam lá fora

Etapa no exterior contenta maioria dos profissionais

DANIEL BIASETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De olho em um diferencial na disputa por bons cargos até mesmo fora do país, alguns aproveitam o tempo dedicado ao MBA para fazer um módulo internacional do curso.
É o caso de 38% dos entrevistados pelo Datafolha que estão fazendo essa especialização. A maioria (54%) se diz muito satisfeita com essa etapa.
"Ainda que tenham experiência, muitos estão em sua primeira viagem internacional ligada a negócios ou aperfeiçoamento, e basta esse contato com professores e outra cultura para impressioná-los", avalia Pedro Mello, 64, coordenador de programas internacionais da Fundação Getulio Vargas.
O assessor de comunicação e relações institucionais André Luis Barreto Paes, 32, passou uma semana na Universidade de Ohio pela FGV-SP.
Ele conta que escolheu o módulo de curta duração para não atrapalhar sua agenda na empresa. "Precisava saber o que estão pensando lá fora para buscar soluções num mundo globalizado", afirma.
Fábio De Biazzi, 45, coordenador dos MBAs do Ibmec São Paulo, conta que a escola tem parceria com a Universidade da Virgínia e a Darden School of Business, em que os brasileiros fazem o curso no exterior e as universidades enviam estudantes ao Ibmec São Paulo.

Aplicação prática
Valmir Barcelos, 32, consultor financeiro, participou do programa do Ibmec São Paulo com a Darden School of Business nos EUA. O tema era formação e evolução de redes de relações sociais nas empresas.
Apesar de achar uma semana muito pouco, destaca as aulas de negociação e de como atingir seu objetivo em uma empresa. "A maneira de dar aula, de forma mais prática e com situações reais do dia-a-dia, chamou a minha atenção", explica.
Alguns módulos são mais extensos, como o da Universidade de Pittsburgh, que tem 15 meses e custa US$ 48,5 mil.
Bancado pela empresa, Alberto Attar, 32, diretor financeiro da Unilever, fez o curso, e seu bom desempenho lhe rendeu a distinção Beta-Gamma-Sigma, o mais alto nível de reconhecimento acadêmico das escolas de negócios.
Ele comenta que os professores são altamente qualificados e discutem em sala as teorias das últimas tendências do mercado. "É um privilégio estar com intelectuais que discutem novas metodologias e retornos de projetos em finanças que sequer foram postos em prática. É um modo de se preparar para o futuro e antever problemas."
Ter aula em outra língua, porém, não basta para alcançar sucesso na carreira. Silvia Regina Espesani, superintendente de RH da União Química, diz que, se o profissional não tiver percepção empírica de sua função, de nada valerá o MBA.
"Acreditamos no papel dos multiplicadores. O que esperamos dos que estudam fora e voltam é que coloquem em prática as habilidades adquiridas para que a empresa se beneficie com o que foi assimilado por eles durante a formação."


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