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Saqueadores atacam comércio, casas e carros
DIEGO VIANA
DA REDAÇÃO
A crise que começou anteontem com saques a supermercados
cresceu ontem até se tornar uma
situação de violência generalizada
em várias regiões, com saques a
todo o comércio, destruição de
automóveis, bloqueios de estradas e até invasão de residências.
Na Província de Corrientes, no
norte do país, desempregados
ocuparam a capital, de mesmo
nome, para buscar comida. Após
saques a supermercados, quando
morreu um rapaz de 22 anos, os
revoltosos atacaram todo o comércio e ocuparam uma importante avenida da cidade, apedrejando e saqueando carros.
Em seguida, grupos começaram
a invadir residências e entraram
em confronto com proprietários.
Bloqueios
Na Grande Buenos Aires, manifestantes bloquearam a estrada
Rota 9, na cidade de Campana. Os
veículos que ficaram presos na estada foram assaltados.
Manifestantes da Corriente Clasista Combativa (Corrente Classista Combativa, CCC) interrompeu o trânsito de um dos mais importantes acessos a Buenos Aires,
a ponte La Noria. Eles protestaram contra o estado de sítio e a
política econômica do governo.
Na Província de Jujuy, no norte
do país, a estrada Rota 34 também
foi bloqueada. Houve protestos
por distribuição de comida, mas
os veículos não foram abordados.
Manifestantes cercaram condomínios "country", muito luxuosos, onde moram os mais ricos argentinos. Os manifestantes cercaram muitos e ameaçaram invadi-los se não recebessem comida.
Um caso aconteceu em Córdoba,
Província que, no final do dia, pediu ajuda da Guarda Nacional para controlar os saques.
Distribuição
Em Santa Fé, um grupo organizado, que não participou dos saques, ocupou a praça principal da
cidade de Santa Fé. O porta-voz
do grupo, Rubén Sala, informou
que o grupo aguardaria a distribuição de comida.
Segundo ele, o grupo não queria
roubar ou promover a violência,
mas avisou que se não lhes entregassem comida nas próximas horas, "não se sabe o que poderia
acontecer".
Em Mar del Plata, na Província
de Buenos Aires, um líder sindical
ficou ferido e outros dois foram
detidos pela polícia. Nessa Província houve choques diante do
banco Província, com uso de gás
lacrimogêneo e balas de borracha.
20 mil pessoas
A polícia deteve mais de 2.000
pessoas, entre elas pelo menos 30
menores de idade. Mais de 200
pessoas ficaram feridas, segundo
cifras oficiais. A polícia estimou
em 20 mil o número de participantes dos saques.
Em várias Províncias o comércio sequer abriu. As redes francesas de supermercados Carrefour e
Casino, que juntas têm mais de
400 lojas no país, decidiram mantê-las fechadas o dia todo nas regiões em que havia saques.
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