MICHEL ALECRIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quatro entidades de assistência social do Rio vão entregar hoje ao Ministério Público Estadual uma representação acusando o uso eleitoral na distribuição de cestas básicas pelo governo do Estado do Rio. As supostas irregularidades estariam ocorrendo principalmente no programa Nutrição 10, da Secretaria Estadual de Ação Social, que nega as acusações.
O documento é assinado pelo Conselho Regional de Serviço Social da 7ª Região (Cress-7), pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), pela Associação Brasileira de ONGs (Abong) e pela Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio. As irregularidades teriam ocorrido em ao menos sete municípios: Rio, Itaguaí, Magé, Niterói, Nova Friburgo, Porciúncula e Campos.
Segundo a presidente do conselho, Hilda Correa de Oliveira, assistentes sociais têm informado sobre a entrega de cestas básicas para candidatos a vereador e a prefeito do PMDB (partido da governadora Rosinha Matheus e do secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho) e a aliados.
Ela disse que o Nutrição 10 não foi submetido ao Conselho Estadual de Assistência Social e que as entregas não são informadas aos conselhos municipais. Outra crítica é quanto ao início da distribuição coincidir com o período eleitoral. A representação denuncia o uso eleitoral das entregas pelas ONGs Visão e BR21, de Campos, que seriam ligadas aos Garotinho.
Segundo o secretário de Ação Social, Fernando William, o programa foi sugestão do bispo dom Mauro Morelli à governadora. "Não admitimos troca de alimento por voto. Pode até ocorrer algum caso isolado, mas, se houver irregularidades, serão punidas." A secretaria afirma que, diferentemente do que diz a representação, o Nutrição 10 foi apresentado ao conselho de assistência social.


Texto Anterior: Outro lado: Secretário do RJ diz que funcionária errou em ofício
Próximo Texto: Sonho distante: Vereador foragido da Justiça retoma campanha
Índice