São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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UM ANO DEPOIS

Vencedor multiplica rede de voluntários

Fábio Bibancos, Empreendedor Social 2006, quadruplica seus Dentistas do Bem e se alia a premiado de 2005 para chegar à Amazônia

Patricia Stavis/Folha Imagem


RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O dentista paulistano Fábio Bibancos, 44, cultiva cada vez mais voluntários desde que foi eleito Empreendedor Social 2006. Em um ano, quase quadruplicou seus Dentistas do Bem, que atendem em seus consultórios crianças carentes com graves problemas bucais.
De 650 odontólogos em 2006, hoje são 2.500, e o número de crianças atendidas, que era de 1.150, deve chegar perto de 5.000 em janeiro de 2008, calcula Fábio. "Eu tinha um projetinho e muitas idéias na cabeça. Hoje tenho um projetão e estou conseguindo realizar as idéias", comemora.
O projeto ganhou ramificações. Conversando com o médico Eugenio Scannavino Netto, Empreendedor Social 2005, resolveu se unir ao projeto dele, o Saúde e Alegria, que tem um barco-consultório para levar atendimento médico a comunidades ribeirinhas do rio Tapajós, em Santarém (PA).
Neste ano eles combinaram que atrás da barca de Eugenio, equipada com consultórios médicos e salas de emergência, irá a de Fábio, onde voluntários tratarão de problemas dentários da mesma população, estimada em 30 mil pessoas.
"Ganhar o prêmio foi um divisor de águas. Senti-me ainda mais responsável", conta Fábio. Mas se engana quem pensa que ele já está satisfeito com os frutos que colheu. Inquieto, tem uma nova meta: chegar ao final de 2008 somando 10 mil crianças atendidas no país.
A dificuldade, conta ele, é que não existem dentistas com experiência no terceiro setor. "Eles têm de ser, todos, capacitados por mim", explica.

Tratando as mães
Fábio ainda encontrou tempo para tocar novos projetos. Criou, por exemplo, o Microcrédito para Mulheres, ao perceber que nenhuma das inúmeras cartas que recebeu depois de ganhar notoriedade com o prêmio eram de homens. "Todas foram enviadas por mulheres pedindo tratamento", diz.
Nesse piloto do projeto, a mulher procura a ONG para avaliar o problema. Seu caso chega à rede de voluntários -cada dentista recebe uma ajuda de custo de R$ 400 a R$ 1.100, dependendo da complexidade do caso. A usuária paga um valor fixo de R$ 20 por mês por 24 meses.
Para viabilizar o projeto, a Turma do Bem tomará um empréstimo de R$ 400 mil e quer atender 685 mulheres por ano.
E ainda sobrou fôlego para investir no Dentista Verde, na Escola Pensamento em Saúde e no seu segundo documentário, em que ele entrevista várias crianças de uma escola pública de Macapá (AP) sobre suas experiências no dentista.
Na capital do Amapá, aliás, praticamente todos os odontólogos participam do projeto. E assim, sensibilizando profissionais aqui e ali, Fábio ajuda, agora ainda mais, a devolver o sorriso ao rosto de inúmeras crianças.


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