São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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Dicas garantem volta para casa

Cuidados com postura, velocidade, visibilidade e alimentação atenuam risco de acidente

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Antes de se esticar em uma espreguiçadeira, o motorista que pretende pegar uma estrada nas férias precisa conhecer e respeitar dicas de segurança ao volante.
Isso porque, somente nos últimos 12 meses, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, ocorreram 22.254 acidentes nas estradas federais em São Paulo.
O número de mortes chegou a 448 pessoas. A falta de atenção ou a sonolência foram responsáveis por 4.395 acidentes. Casos registrados por falta de visibilidade (neblina e chuva) somaram 2.920. Portanto, tomar o máximo de cautela ainda pode ser pouco.
A Polícia Rodoviária de São Paulo diz que a postura errada pode ser o primeiro problema. A recomendação é sentar-se ereto, ajustando o banco de modo que os braços e as pernas fiquem flexionados. Além de facilitar a dirigibilidade, essa posição faz com que o airbag (bolsa de ar que infla em batidas) funcione corretamente numa situação extrema.
Para não sentir sono, o motorista não deve tentar dirigir fora do horário a que está acostumado.
Segundo o médico Marco Túlio de Mello, 36, coordenador do Instituto do Sono e professor da Escola Paulista de Medicina, a média diária de sono do brasileiro é de sete horas e 40 minutos, mas mudar o turno para antecipar uma viagem pode ser erro grave.
Mesmo aqueles que ficam com os olhos abertíssimos na estrada devem manter uma distância segura do veículo à frente. De acordo com a Coastal do Brasil, empresa de Curitiba que produz vídeos sobre segurança, há uma regra simples para verificar se o seu carro está perto demais de outro.
A gerente de marketing da empresa, Ana Cristina Bittencourt, 58, recomenda procurar uma referência na estrada (placa ou poste) e observar o momento em que o carro da frente passa. Daí basta contar dois segundos (que indicam a distância mínima).

Visão
Por acomodar bagagem na correria, é comum as pessoas colocarem grandes volumes no bagageiro do teto. Mas isso pode prejudicar a visão dos demais motoristas, aumentando o risco de acidentes. O ideal é não carregar cargas muito largas e com mais de 50 cm de altura.
Em trechos de neblina, a dica é reduzir a velocidade e, se possível, trafegar em comboio. A recomendação é a mesma para as situações de chuva e de encostas de serra.
Para quem não puder viajar em grupo, o supervisor de tráfego da Ecovias Élio Nogueira, 45, avisa que o melhor a fazer é usar somente os faróis baixos e nunca ligar o pisca-alerta do carro. "As luzes durante uma neblina podem confundir os outros motoristas."
Ao enfrentar uma pane em um túnel, sinalize o veículo com pisca-alerta e triângulo e espere ajuda fora do túnel, devido ao risco de intoxicação por causa do acúmulo de gases no seu interior.

Sem asfalto
Na hora de encarar uma estrada de terra ou trilha, Fábio Greco, 38, chefe da equipe de rali da Troller, enfatiza que o motorista deve avaliar bem as condições do carro.
"Se o veículo não é preparado para esse tipo de terreno, é melhor perguntar para alguém da região se automóveis menores conseguem trafegar na área."
A travessia de pontes estreitas é mais uma situação que exige cautela. Greco recomenda que uma pessoa do lado de fora do carro acompanhe e oriente a passagem do veículo sobre o obstáculo.
(ALADIM LOPES GONÇALVES)


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