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GRANDES CENTROS
Tucanos têm 13 líderes isolados, contra apenas 8 do PT
Unidos, aliados estão na frente em 51 cidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os partidos pró-Lula vão bem
nos grandes centros, mas o PT está um pouco atrás do PSDB. Essa
é a fotografia visível em 67 das 72
cidades mais importantes do país
a 11 dias da eleição. Os tucanos
têm 13 candidatos a prefeito isolados em primeiro lugar nessas localidades, contra apenas 8 do PT.
Levantamento publicado hoje
pela Folha com base em pesquisas registradas na Justiça Eleitoral
mostra que, ao todo, os tucanos
têm 22 candidatos competitivos
nos grandes centros urbanos
-quando o político está em primeiro ou segundo lugar empatado tecnicamente com o que está
na frente, dentro da margem de
erro. O PT tem 20 candidatos
competitivos até agora.
Quando se faz outra conta com
todos os partidos governistas pró-Lula versus os oposicionistas, as
siglas a favor do Palácio do Planalto dão uma lavada.
Os candidatos de siglas governistas são competitivos em 51 disputas. Os oposicionistas em 39. A
soma não dá 72 porque muitas vezes há empates no primeiro lugar.
É necessário observar a margem
de erro dos institutos para não declarar primeiro colocado quem,
na realidade, está empatado com
o segundo na disputa. Há vários
casos de margem de erro acima
de quatro pontos percentuais.
Neste ano, por força da lei, todos os institutos têm de divulgar
as margens de erro -o Datafolha
sempre fez isso.
As 72 cidades consideradas pela
Folha são as 26 capitais e 46 municípios que têm mais de 200 mil
eleitores. Locais com mais de 200
mil eleitores têm segundo turno
quando ninguém atinge 50%
mais um dos votos válidos (aqueles dados nos candidatos). Ao todo, essas 72 cidades têm
42.158.043 eleitores-35,18% dos
que votam neste ano. Só há pesquisas em 67 dessas localidades.
Peso eleitoral
Embora as eleições municipais
sejam decididas localmente em
sua maioria, a vitória nessas 72 cidades é vital para partidos que tenham interesses nacionais em
2006. Nesse quesito, nenhuma
das agremiações partidárias do
Brasil (são 27) supera PT e PSDB.
O quadro já era mais ou menos
assim desde 2000, mas agora parece que haverá um maior equilíbrio entre tucanos e petistas. Hoje, o PT tem 22 prefeituras entre as
72 grandes cidades -cerca de
18,4 milhões de eleitores, sendo
7,8 milhões só em São Paulo. As
pesquisas mostram que os petistas tendem a manter, pelo menos,
três de suas capitais mais importantes: Belo Horizonte (Fernando
Pimentel), Recife (João Paulo) e
Porto Alegre (Raul Pont).
O PSDB tem 14 grandes prefeituras, com um total de 4,4 milhões de eleitores. Neste ano, os
tucanos têm chance de pular para
mais de 20 grandes cidades. Já o
PT, mesmo que confirme todos as
suas apostas, ficará com um número parecido de centros urbanos relevantes.
A lista geral dos candidatos
competitivos governistas e oposicionistas dá vantagem para as siglas pró-Lula porque só o PSDB se
dá bem entre os que são contra o
Planalto.
Além de São Paulo, com José
Serra, os tucanos têm chance em
Fortaleza (Antônio Cambraia),
Campinas (Carlos Sampaio), Santo André (Newton Brandão) e
Osasco (Celso Giglio).
O PSDB também atrapalha a vida do PT até onde não disputa
com muita chance, caso de Piracicaba: o atual prefeito, José Machado (PT), tem 18% e sofre para ultrapassar Barjas Negri (PSDB),
com 22%. Na frente está Roberto
Morais (PPS), com 43%. O fato a
ser mencionado é que Barjas Negri é o tucano que sucedeu a Serra
no Ministério da Saúde.
Já o PFL, outro oposicionista, é
franco favorito apenas no Rio
(Cesar Maia), em Manaus (Amazonino Mendes) e em Feira de
Santana (José Ronaldo). O
PMDB, o maior partido do país
nos anos 80, continua sua trajetória descendente. Sua maior aposta
é vencer em Goiânia, com um de
seus quadros mais antigos, Iris
Rezende.
(FERNANDO RODRIGUES)
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