São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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GRANDES CENTROS

Tucanos têm 13 líderes isolados, contra apenas 8 do PT

Unidos, aliados estão na frente em 51 cidades

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os partidos pró-Lula vão bem nos grandes centros, mas o PT está um pouco atrás do PSDB. Essa é a fotografia visível em 67 das 72 cidades mais importantes do país a 11 dias da eleição. Os tucanos têm 13 candidatos a prefeito isolados em primeiro lugar nessas localidades, contra apenas 8 do PT.
Levantamento publicado hoje pela Folha com base em pesquisas registradas na Justiça Eleitoral mostra que, ao todo, os tucanos têm 22 candidatos competitivos nos grandes centros urbanos -quando o político está em primeiro ou segundo lugar empatado tecnicamente com o que está na frente, dentro da margem de erro. O PT tem 20 candidatos competitivos até agora.
Quando se faz outra conta com todos os partidos governistas pró-Lula versus os oposicionistas, as siglas a favor do Palácio do Planalto dão uma lavada.
Os candidatos de siglas governistas são competitivos em 51 disputas. Os oposicionistas em 39. A soma não dá 72 porque muitas vezes há empates no primeiro lugar.
É necessário observar a margem de erro dos institutos para não declarar primeiro colocado quem, na realidade, está empatado com o segundo na disputa. Há vários casos de margem de erro acima de quatro pontos percentuais.
Neste ano, por força da lei, todos os institutos têm de divulgar as margens de erro -o Datafolha sempre fez isso.
As 72 cidades consideradas pela Folha são as 26 capitais e 46 municípios que têm mais de 200 mil eleitores. Locais com mais de 200 mil eleitores têm segundo turno quando ninguém atinge 50% mais um dos votos válidos (aqueles dados nos candidatos). Ao todo, essas 72 cidades têm 42.158.043 eleitores-35,18% dos que votam neste ano. Só há pesquisas em 67 dessas localidades.

Peso eleitoral
Embora as eleições municipais sejam decididas localmente em sua maioria, a vitória nessas 72 cidades é vital para partidos que tenham interesses nacionais em 2006. Nesse quesito, nenhuma das agremiações partidárias do Brasil (são 27) supera PT e PSDB.
O quadro já era mais ou menos assim desde 2000, mas agora parece que haverá um maior equilíbrio entre tucanos e petistas. Hoje, o PT tem 22 prefeituras entre as 72 grandes cidades -cerca de 18,4 milhões de eleitores, sendo 7,8 milhões só em São Paulo. As pesquisas mostram que os petistas tendem a manter, pelo menos, três de suas capitais mais importantes: Belo Horizonte (Fernando Pimentel), Recife (João Paulo) e Porto Alegre (Raul Pont).
O PSDB tem 14 grandes prefeituras, com um total de 4,4 milhões de eleitores. Neste ano, os tucanos têm chance de pular para mais de 20 grandes cidades. Já o PT, mesmo que confirme todos as suas apostas, ficará com um número parecido de centros urbanos relevantes.
A lista geral dos candidatos competitivos governistas e oposicionistas dá vantagem para as siglas pró-Lula porque só o PSDB se dá bem entre os que são contra o Planalto.
Além de São Paulo, com José Serra, os tucanos têm chance em Fortaleza (Antônio Cambraia), Campinas (Carlos Sampaio), Santo André (Newton Brandão) e Osasco (Celso Giglio).
O PSDB também atrapalha a vida do PT até onde não disputa com muita chance, caso de Piracicaba: o atual prefeito, José Machado (PT), tem 18% e sofre para ultrapassar Barjas Negri (PSDB), com 22%. Na frente está Roberto Morais (PPS), com 43%. O fato a ser mencionado é que Barjas Negri é o tucano que sucedeu a Serra no Ministério da Saúde.
Já o PFL, outro oposicionista, é franco favorito apenas no Rio (Cesar Maia), em Manaus (Amazonino Mendes) e em Feira de Santana (José Ronaldo). O PMDB, o maior partido do país nos anos 80, continua sua trajetória descendente. Sua maior aposta é vencer em Goiânia, com um de seus quadros mais antigos, Iris Rezende.
(FERNANDO RODRIGUES)


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