São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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DIPLOMA BILÍNGUE

Intercâmbio é outra opção para alunos

Na modalidade, entretanto, o estudante não recebe diploma da universidade estrangeira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde que entrou em jornalismo, já estava nos planos de Bruno Favery Nogueira, 20, ter uma experiência acadêmica no exterior. Em janeiro, ele trocou o campus da Anhembi Morumbi, na cidade de São Paulo, para fazer um intercâmbio na Universidade do Vale do México, em Monterrey. Vai estudar dois semestres por lá.
"Não estou deixando de aprender nada do que estaria aprendendo no Brasil", diz.
Ainda que a crise econômica tenha feito Bruno reconsiderar o destino inicial -a Espanha-, ele não se arrepende da escolha e se diz "encantado" com a cultura mexicana.
Diferentemente dos programas de dupla titulação, o intercâmbio acadêmico não dá ao aluno o direito de ter um diploma com validade no exterior.
Os ganhos ficam por conta da experiência internacional. Mas para que o período fora do país não seja "perdido", a instituição brasileira precisa pedir ao MEC a revalidação dos créditos das disciplinas cursadas lá fora.
As condições para participar de um intercâmbio acadêmico são, em geral, já ter feito parte do curso no Brasil e voltar a tempo de concluí-lo por aqui. É exigido ainda bom desempenho acadêmico e certo domínio do idioma em que as aulas serão ministradas, comprovado por teste de proficiência.
Além da Anhembi, outras faculdades de São Paulo, como Insper (antigo Ibmec São Paulo), Mackenzie, Faap, FGV, PUC e Fecap, mantêm programas de internacionalização. A Metodista de São Paulo está retomando o dela neste ano.
Aluna de economia do Insper, a sino-brasileira Fang Xia, 21, já no segundo semestre começou a se preparar para o intercâmbio, que aconteceu no quinto período. Em 2008, estudou por um ano na Universidade de Illinois (EUA).
Fang tirou de letra a adaptação à comida e ao modo direto e objetivos dos americanos. "No começo tive um pouquinho de estranhamento, mas é normal quando você vai para um outro país", conta ela, que também teve de se adaptar a uma nova realidade quando, aos sete anos, mudou-se da China para o Brasil com a família.
Para a diretora do International Office da Anhembi, Liliane Kapler, o aluno que participa de programas internacionais desenvolve habilidades como ter mais responsabilidade e preparo para mudanças.

Culturas diferentes
Os alunos que não podem fazer o intercâmbio acadêmico também podem ter contato com culturas diferentes quando a sua faculdade recebe estudantes estrangeiros.
A Faap, por exemplo, recebe por ano cerca de 350 alunos de fora, segundo a coordenadora do departamento de relações internacionais da faculdade, Lourdes Zilberberg.
Colega no curso de jornalismo de um estudante português participante do programa de intercâmbio do Mackenzie, Suzana Albuquerque, 23, considera importante essa troca de experiências. "Você conhece outras ideias, outros pontos de vista", diz ela.
O esporte é um dos caminhos para integrar intercambistas estrangeiros e universitários brasileiros na Escola de Administração de Empresas da FGV-SP, que em 2009 conta com 110 alunos vindos do exterior.
Só que, em vez do tradicional futebol, o que se pratica é o rúgbi. Da equipe de 32 atletas, 15 são alunos estrangeiros.
"O esporte é uma maneira muito boa de se integrar em um país estrangeiro", confirma o francês Thomas Merlin, 24, que escolheu estudar no Brasil para aprender uma nova língua e também pelo potencial de crescimento do país.


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