São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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PLAYGROUND

Parque do Carmo é oásis de lazer na região

Maiores notas para lazer, práticas de esporte e cultura foram dadas por moradores do entorno do 3º maior parque municipal

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele tem as dimensões do parque Ibirapuera, mas nem de longe tem a infra-estrutura e os equipamentos culturais da área de lazer mais famosa de São Paulo. A natureza lá é selvagem: mata ciliar, brejos, riachos, nascentes e veados.
Com 1,5 milhão de metros quadrados, o parque do Carmo é um oásis em meio ao bolsão de pobreza do extremo da zona leste da capital.
É o que indica pesquisa Datafolha com moradores dos distritos da região. As maiores notas em lazer, áreas para práticas de esporte e cultura são justamente no distrito que abriga o parque, próximo à unidade Itaquera do Sesc. Quando questionados sobre qual a melhor coisa do distrito, 19% dos moradores do parque do Carmo dizem que são as áreas de lazer e cultura, quase quatro vezes superior à média da região neste quesito, de 4%.
A nota média que os moradores dão para as áreas para prática de esportes é de 5,9, contra 3,1 da média da região. Itaim Paulista e Lajeado são os distritos com as notas mais baixas da região, 2. Quanto às áreas de lazer, o parque do Carmo recebe nota média de 6,5, contra 3,3 da média da região e bem acima do resultado de 1,9, de Lajeado. José Bonifácio, o segundo colocado, teve 4,9.

Única opção
O casal de metroviários Eduardo Carneiro, 42, e Débora Gomes Pereira, 39, vai todos os dias caminhar e levar o cachorro para passear no parque do Carmo. Eles moram a oito minutos de carro dali e dizem que o local é a única opção de lazer naquela região. "Só o ar puro é um alívio. O parque é uma delícia", afirma o casal.
Segundo dizem, o parque só é sujo aos finais de semana, quando os freqüentadores usam as churrasqueiras para rodas de pagode e cerveja. "O pessoal não tem consciência e joga o lixo no chão", dizem.
Nenhum dos dois é de freqüentar o parque Ibirapuera, que acham "careca" por ter menos árvores nativas.
Outro casal, André Oliveira, 24, e Eliane Correia, 22, mora no bairro. Ele, policial militar, vai sempre ao parque se exercitar. Ela, analista contábil, estava lá pela primeira vez.
"É seguro, tem bastante guarda. Nunca vi nada aqui", afirma Oliveira, sobre a segurança no local.
"Não tem estrutura como o Ibirapuera, que aluga bicicleta. Gosto mais de lá, mas não tem como comparar, são diferentes", diz a namorada.
Segundo a Secretaria do Verde, há 18 aparelhos de ginástica, um campo de futebol, uma ciclovia de 8.000 metros, duas mesas para jogos, uma pista de cooper com 1.500 metros, três playgrounds, um tanque de areia e estacionamento de bicicletas, além do bosque de cerejeiras -árvores símbolo do Japão-, cuidado pela comunidade japonesa.
A área do parque pertencia à fazenda de Oscar Americano de Caldas Filho, que ali passava os finais de semana. Foi transformada em parque em 1976. O Carmo é o terceiro maior parque municipal de São Paulo.


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