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crédito
Juros caem, e garantias aumentam
Fundos de aval ajudam a garantir os emprésti mos a micro e pequenas empresas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O volume de crédito oferecido a micro e pequenas empresas vem aumentando, especialmente após a crise financeira.
"O governo tem incentivado
principalmente com redução
da Selic [taxa básica de juros]",
diz Francisco Barone, coordenador do programa de pequenos negócios da Ebape/FGV
(Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
da Fundação Getulio Vargas).
No Banco do Brasil, que reduziu juros da linha de capital
de giro, o volume de crédito emprestado a micro e pequenas no primeiro trimestre -R$ 35,9 bilhões- aumentou 40% em relação ao mesmo período de
2008, segundo Ary Joel Lanzarin, diretor de micro e pequenas empresas do banco.
Bancos privados seguiram a
onda. O Itaú baixou em julho
-pela quinta vez no ano- as taxas máximas de empréstimos
para pessoas jurídicas.
O empresário Waldir Gazzotti Junior, 38, tomou neste
mês, pela primeira vez, dinheiro emprestado para sua empresa, que distribui equipamentos
topográficos e de GPS. "Tínhamos capital, mas como os juros
estavam baixos, optamos por
captar crédito no banco e deixar o dinheiro investido", diz.
Já o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou no início
do segundo semestre redução
da TJLP (Taxa de Juros de
Longo Prazo) de 6,25% para
6%, com queda geral de taxas.
Suas linhas de crédito são as
mais baratas, porém as mais
restritas. "A maioria das empresas formais não tem acesso
às linhas por causa de exigências burocráticas", diz Barone.
Mas o desembolso do banco
para MPEs cresceu 21,6% de janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período do ano
passado (R$ 4,3 bilhões). Praticamente toda a rede bancária
repassa suas verbas.
Ajuda de fundos
Principal problema das empresas de pequeno porte na hora de pleitear um financiamento, as garantias são escassas para quem está começando.
Nesse caso, o empresário deve procurar um fundo de aval e
oferecê-lo como garantia para o
banco. Esse fundo garante à
instituição financeira o pagamento do empréstimo se o empresário deixar de pagá-lo.
"Em arranjos produtivos locais [APLs], a garantia pode
chegar a 80%", explica Fabio
Lacerda Campos, consultor do
Sebrae-SP, referindo-se ao
Fampe (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), fundo do Sebrae operado em São
Paulo pelo Banco do Brasil.
Outros disponíveis são o do
Banco do Brasil, o do BNDES e
o da Nossa Caixa Desenvolvimento. Este último só dá garantia a empresas com linhas
de crédito da Nossa Caixa aprovadas. "Num segundo momento, instituições financeiras que
quiserem atuar com cobertura
do fundo de aval poderão se
credenciar", diz o presidente da
Nossa Caixa Desenvolvimento,
Milton Luiz de Melo Santos.
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