São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

crédito

Juros caem, e garantias aumentam

Fundos de aval ajudam a garantir os emprésti mos a micro e pequenas empresas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O volume de crédito oferecido a micro e pequenas empresas vem aumentando, especialmente após a crise financeira.
"O governo tem incentivado principalmente com redução da Selic [taxa básica de juros]", diz Francisco Barone, coordenador do programa de pequenos negócios da Ebape/FGV (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas).
No Banco do Brasil, que reduziu juros da linha de capital de giro, o volume de crédito emprestado a micro e pequenas no primeiro trimestre -R$ 35,9 bilhões- aumentou 40% em relação ao mesmo período de 2008, segundo Ary Joel Lanzarin, diretor de micro e pequenas empresas do banco.
Bancos privados seguiram a onda. O Itaú baixou em julho -pela quinta vez no ano- as taxas máximas de empréstimos para pessoas jurídicas.
O empresário Waldir Gazzotti Junior, 38, tomou neste mês, pela primeira vez, dinheiro emprestado para sua empresa, que distribui equipamentos topográficos e de GPS. "Tínhamos capital, mas como os juros estavam baixos, optamos por captar crédito no banco e deixar o dinheiro investido", diz.
Já o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou no início do segundo semestre redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) de 6,25% para 6%, com queda geral de taxas.
Suas linhas de crédito são as mais baratas, porém as mais restritas. "A maioria das empresas formais não tem acesso às linhas por causa de exigências burocráticas", diz Barone.
Mas o desembolso do banco para MPEs cresceu 21,6% de janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,3 bilhões). Praticamente toda a rede bancária repassa suas verbas.

Ajuda de fundos
Principal problema das empresas de pequeno porte na hora de pleitear um financiamento, as garantias são escassas para quem está começando.
Nesse caso, o empresário deve procurar um fundo de aval e oferecê-lo como garantia para o banco. Esse fundo garante à instituição financeira o pagamento do empréstimo se o empresário deixar de pagá-lo.
"Em arranjos produtivos locais [APLs], a garantia pode chegar a 80%", explica Fabio Lacerda Campos, consultor do Sebrae-SP, referindo-se ao Fampe (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), fundo do Sebrae operado em São Paulo pelo Banco do Brasil.
Outros disponíveis são o do Banco do Brasil, o do BNDES e o da Nossa Caixa Desenvolvimento. Este último só dá garantia a empresas com linhas de crédito da Nossa Caixa aprovadas. "Num segundo momento, instituições financeiras que quiserem atuar com cobertura do fundo de aval poderão se credenciar", diz o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, Milton Luiz de Melo Santos.


Texto Anterior: Crédito: Empresário prefere negociar com fornecedores
Próximo Texto: Um mês sem dinheiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.