São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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crédito

Empresário prefere negociar com fornecedores

Pesquisa do Sebrae aponta predileção por parcelar débitos em vez de emprestar de bancos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como não há fomento para apoiar a abertura de um negócio -exceto para franquias e para os voltados à inovação -, o empreendedor deve pensar bem em como e onde obter capital.
"No plano de negócios, é preciso considerar fatores que impactam o empreendimento e levantar a infraestrutura necessária", pondera Fabio Campos, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Dariane Castanheira, professora do Procede (Programa de Capacitação de Empresas e Desenvolvimento), da FIA, vai além. "É preciso definir a estratégia e o plano financeiro. Sem isso, não adianta ter boas fontes de financiamento", crava.
A oferta de crédito a micro e pequenos empresários paulistas cresceu de 2005 a 2008, mas eles acham que obter dinheiro em bancos é caro e burocrático, segundo pesquisa feita neste ano pelo Sebrae-SP com 300 empresas.
Em 2005, só 6% das MPEs haviam feito empréstimo bancário, cifra que foi a 20% em 2008 e recuou para 14% neste ano, embora 89% das companhias que pediram crédito tenham obtido o dinheiro.
Nos casos em que o dinheiro foi negado (11%), insuficiência de documentos foi o principal problema em 20% deles, seguido de registro no Cadin (cadastro de créditos não quitados do setor público federal) ou no Serasa Experian (18%).

Momento delicado
As principais fontes de financiamento são negociação de prazos com fornecedores (68%) -assim, poupam para fazer caixa-, cheque especial ou cartão de crédito (51%) e cheque pré-datado (47%).
Pedir crédito como pessoa física é arriscado. "Só é útil se a rentabilidade do negócio suportar o custo do dinheiro, mas é o pior caminho", diz Campos.
A taxa de juros do cheque especial varia de 0,91% a 9,04% ao mês, segundo o Banco Central. No empréstimo pessoal, vai de 1,08% a 20,48% mensais.
O ideal, diz Campos, é poupar antes de iniciar o negócio ou se associar a quem já tenha o dinheiro. Ter um sócio, porém, implica abrir mão de ser soberano para tomar decisões.
O plano de negócios ajuda a buscar crédito, pois demonstra à instituição financeira se o projeto é viável ou não.
O site do Sebrae-SP tem uma lista de linhas de financiamento e resposta a dúvidas frequentes (www.sebraesp.com.br/melhorando
_empresa/servicos_financeiros
)
. (RGV)


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