São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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Morador "se vira" para aproveitar o "tem de tudo"

Alto custo, falta de tempo ou de transporte na madrugada não intimida aqueles que querem desfrutar as opções de diversão

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A frase "São Paulo, a cidade que tem de tudo" é um mantra sempre repetido. Apesar disso, quando o assunto é diversão, a opção por ficar em casa é recorrente.
Para alguns moradores, porém, driblar as dificuldades da metrópole e aproveitar as opções culturais e de lazer são tarefas possíveis.
Analisar custos, andar sempre acompanhado, definir rotas alternativas e utilizar o transporte público fora dos horários de pico são algumas das estratégias.
O publicitário Rodrigo Vilches, 26, por exemplo, trabalha oito horas diárias e ainda gasta mais uma no metrô.
Mesmo assim, Vilches não deixa de ir de três a quatro vezes por semana a festas e bares alternativos. "Sinto falta do transporte público durante a madrugada. Mas, para me divertir, pego até carona de volta para casa", diz.
O analista Rafael Barros Soares, 32, também aprendeu a se virar na cidade. Ele optou pelo transporte público e reserva uma quantia mensal para ir a cinemas, museus e teatros. "Faço o possível para aproveitar e não ser um agente do caos."
Já a aposentada Ana Maria de Jesus Afonso, 59, só vai acompanhada por amigas a alguns eventos da cidade. "No centro me sinto insegura e, por isso, reuno interessadas no passeio."
Além da falta de tempo e excesso de trabalho, preços e a insegurança são as justificativas comuns daqueles que preferem o conforto do lar.
A administradora Lorena Mendonça, 25, por exemplo, passa todo dia em frente a um badalado restaurante dos Jardins, mas nunca entrou lá. "A gente trabalha muito, mas não consegue fazer nada por conta dos preços", diz.
O estudo "DNA Paulistano", realizado pelo Datafolha e publicado por esta Folha em 2008, mostrou que 53% da população não frequenta cinema, 77% não vão ao teatro e 72% nunca vão à danceterias e boates.
Márcio Ferreira, 24, e Janete Morais, 22, se enquadram nesses índices. Há seis meses, o casal de namorados restringe o uso do tempo livre ao cinema em casa ou a visitas a familiares. "No fim de semana, não temos disposição para sair", dizem.
O vendedor Douglas Magalhães de Souza, 25, no entanto, achou outra opção.
"Pego meu videogame e vou para a casa do meu irmão com minha mulher."


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