São Paulo, quinta, 25 de setembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Maioria é contrária à atuação partidária

da Redação

Quando o assunto é política, o católico praticante tem posições claras: a favor da sustentação aos movimentos sociais, mas contrário à atuação dentro da política partidária.
Os números não deixam dúvidas: 96% são favoráveis à participação de sacerdotes em entidades que cuidam de crianças de rua, 88% em entidades de defesa dos direitos humanos, 86% em movimentos pró-moradia.
Em defesa da reforma agrária, a questão social mais polêmica do país, nada menos que 70% dos católicos praticantes querem ver a atuação dos padres.
Nesse ramo, de atuação social, o apoio aos movimentos é menor quando a renda é maior -54% dos que têm renda familiar superior a 20 salários mínimos defendem a atuação de padres em prol da reforma agrária.
Quando o assunto passa a ser política partidária, o quadro se inverte. A maioria se opõe à defesa pelos sacerdotes de posições políticas (58%), ao apoio a candidatos nas eleições (68%), à candidatura de padres (21%) e a filiação deles a partidos políticos (20%).
Celibato e mulheres
A maioria dos católicos que vão à missa são opositores do celibato -obrigatoriedade de os padres serem solteiros. Um total de 62% dos pesquisados defenderam o direito de os padres se casarem. Essa proibição, além de nem sempre ter existido (leia cronologia das págs. 6 a 9)), não é universal.
A católicos do Oriente Médio e Leste Europeu -que perderam o contato com Roma antes da instituição do celibato e o retomaram recentemente-, o Vaticano permite a atuação de padres casados.
Uma ampla maioria defende a ordenação de mulheres para o sacerdócio: 64%. Os opositores são 28%. Entre os homens, a ordenação de mulheres é defendida por 65%. dos entrevistados.
Apesar de defenderem que os padres possam se casar, 49% acham importante que eles sigam o voto de castidade. Ou seja, os padres só deveriam mudar depois que as regras mudassem. (HCS)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.