São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

Próximo Texto | Índice

DINHEIRO NOVO

Liquidar dívidas deve ser prioridade; ouro, dólar e fundos cambiais lideram em rentabilidade em 2002

Pense bem antes de torrar o 13º salário

MILTON GAMEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA


Enfeitadas de vermelho e branco, as tentações natalinas já estão à espera de compradores. Mas nem tudo é consumo no último mês do ano. Dezembro também é propício aos investimentos. De um lado, sempre entra um extra na economia com o 13º salário. De outro, as pessoas precisam se planejar para arcar com as despesas do começo do ano: faturas das compras de Natal, matrículas escolares, IPVA e férias.
As empresas têm até o dia 30 deste mês para adiantar a primeira parcela do 13º salário (50%) e pagar o restante até 20 de dezembro. Este ano, o 13º injetará R$ 30,5 bilhões à economia formal, cerca de 2,5% do PIB, estima o Dieese. Parte dele já foi recebida por quem tirou férias, mas a maior fatia (no mínimo R$ 21 bilhões) deverá ser paga até o Natal.
Liquidar dívidas é, sem dúvida, o melhor destino para o 13º salário. Não há investimento que compense os juros exorbitantes cobrados nos empréstimos bancários. Segundo o Banco Central, em setembro as taxas médias dos empréstimos para as pessoas físicas estavam em 4,76% ao mês, ou 74,71% ao ano. O cheque especial custava, em média 8,23% ao mês, ou 158,39% ao ano. Essas taxas devem aumentar ainda mais, pois o BC elevou os juros básicos de 18% ao ano para 21% em outubro e 22% na semana passada.
Os investimentos tradicionais -como CDBs, fundos e poupança- rendem menos até do que a prestação da casa própria, mesmo com os juros subsidiados do SFH (TR mais 12% ao ano).
Para quem não tem dívidas e deseja aplicar algum dinheiro agora, o primeiro passo é definir qual o seu perfil de investidor (faça o teste na pág. 2). Em seguida, analise as opções disponíveis antes de escolher quais as aplicações mais adequadas para o seu caso -lembre-se sempre que a rentabilidade acompanha o risco. Para o dinheiro de curto prazo, além dos tradicionais CDB e poupança, os bancos oferecem vários fundos de investimento. Eles podem ser mais rentáveis, mas não têm seguro do Fundo Garantidor de Créditos, que cobre até R$ 20 mil por CPF aplicados em CDBs e poupança de cada instituição.
Para longo prazo, há a previdência privada, muito usada para reduzir o Imposto de Renda, já que as contribuições são dedutíveis até o limite de 12% da renda bruta anual. Há, também, os fundos imobiliários, vistos como uma alternativa mais acessível do que a aplicação direta em imóveis.
Neste ano, até outubro, as aplicações mais rentáveis foram o ouro, o dólar e os fundos cambiais. A instabilidade eleitoral, ainda não dissipada totalmente, aumentou a busca por ativos reais. Apesar das novas regras de precificação dos títulos em poder dos fundos, que impuseram perdas aos investidores em maio, os rendimentos médios da renda fixa foram muito atrativos.


Próximo Texto: Cenário: Câmbio e juros ainda inspiram cautela em 2003
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.