|
Próximo Texto | Índice
DINHEIRO NOVO
Liquidar dívidas deve ser prioridade; ouro, dólar e fundos cambiais lideram em rentabilidade em 2002
Pense bem antes de torrar o 13º salário
MILTON GAMEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Enfeitadas de vermelho e branco, as tentações natalinas já estão
à espera de compradores. Mas
nem tudo é consumo no último
mês do ano. Dezembro também é
propício aos investimentos. De
um lado, sempre entra um extra
na economia com o 13º salário. De
outro, as pessoas precisam se planejar para arcar com as despesas
do começo do ano: faturas das
compras de Natal, matrículas escolares, IPVA e férias.
As empresas têm até o dia 30
deste mês para adiantar a primeira parcela do 13º salário (50%) e
pagar o restante até 20 de dezembro. Este ano, o 13º injetará R$
30,5 bilhões à economia formal,
cerca de 2,5% do PIB, estima o
Dieese. Parte dele já foi recebida
por quem tirou férias, mas a
maior fatia (no mínimo R$ 21 bilhões) deverá ser paga até o Natal.
Liquidar dívidas é, sem dúvida,
o melhor destino para o 13º salário. Não há investimento que
compense os juros exorbitantes
cobrados nos empréstimos bancários. Segundo o Banco Central,
em setembro as taxas médias dos
empréstimos para as pessoas físicas estavam em 4,76% ao mês, ou
74,71% ao ano. O cheque especial
custava, em média 8,23% ao mês,
ou 158,39% ao ano. Essas taxas
devem aumentar ainda mais, pois
o BC elevou os juros básicos de
18% ao ano para 21% em outubro
e 22% na semana passada.
Os investimentos tradicionais
-como CDBs, fundos e poupança- rendem menos até do que a
prestação da casa própria, mesmo
com os juros subsidiados do SFH
(TR mais 12% ao ano).
Para quem não tem dívidas e
deseja aplicar algum dinheiro
agora, o primeiro passo é definir
qual o seu perfil de investidor (faça o teste na pág. 2). Em seguida,
analise as opções disponíveis antes de escolher quais as aplicações
mais adequadas para o seu caso
-lembre-se sempre que a rentabilidade acompanha o risco. Para
o dinheiro de curto prazo, além
dos tradicionais CDB e poupança,
os bancos oferecem vários fundos
de investimento. Eles podem ser
mais rentáveis, mas não têm seguro do Fundo Garantidor de Créditos, que cobre até R$ 20 mil por
CPF aplicados em CDBs e poupança de cada instituição.
Para longo prazo, há a previdência privada, muito usada para
reduzir o Imposto de Renda, já
que as contribuições são dedutíveis até o limite de 12% da renda
bruta anual. Há, também, os fundos imobiliários, vistos como
uma alternativa mais acessível do
que a aplicação direta em imóveis.
Neste ano, até outubro, as aplicações mais rentáveis foram o ouro, o dólar e os fundos cambiais. A instabilidade
eleitoral, ainda não dissipada totalmente, aumentou a busca por
ativos reais. Apesar das novas regras de precificação dos títulos em
poder dos fundos, que impuseram perdas aos investidores em
maio, os rendimentos médios da
renda fixa foram muito atrativos.
Próximo Texto: Cenário: Câmbio e juros ainda inspiram cautela em 2003 Índice
|