São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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COPA DE 1994

Eduardo Knapp - 29.jul.94/Folha Imagem
Rico, filho de Teixeira, faz as vezes de tetracampeão e agita bandeira em Congonhas (São Paulo), festa com dez dias de atraso


Detalhes, tetra, São Paulo

A Copa do Mundo de 1994, nos EUA, era estratégica para Ricardo Teixeira. O dirigente precisava neutralizar as inúmeras críticas e apresentar o título para justificar um novo período à frente da CBF.
Os erros de 1990 não se repetiram. Teixeira se empenhou na campanha, cuidou até dos detalhes, como o de colocar o capitão do time, Dunga, para dividir o quarto com o atacante Romário. A idéia era que o primeiro, homem reto, vigiasse o segundo.
Só falhou uma vez. Em uma folga, uma mulher teve acesso ao quarto. Dunga fingiu que não viu e foi para a rua passear. Romário foi o destaque da Copa.
Com o título na mão após a cobrança de pênaltis contra a Itália, os cartolas da CBF comemoraram efusivamente. Ainda na sala vip da estádio, levaram o tenor Plácido Domingo, que, embalado por alguns drinques, cantou o hino brasileiro. Na chegada ao hotel da delegação, Marco Antonio Teixeira, tio do presidente e seu homem de confiança na CBF, se envolveu em uma confusão com jornalistas de São Paulo, que ele acusava de torcerem contra a seleção -agrediu um repórter do "Jornal da Tarde" após discussão verbal.
A pendenga foi longe. Na volta ao Brasil, marcada pelo episódio do "vôo da muamba", a CBF simplesmente dispensou a passagem pela cidade -fez escalas em Recife, Brasília e Rio- , o que gerou indignação de torcedores, mídia e políticos locais. Ao então governador, Luiz Antônio Fleury Filho, Teixeira alegou "falta de tempo e o cansaço dos jogadores". O time tetracampeão acabou por desfilar em São Paulo. Dez dias depois.



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