São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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ABREU SODRÉ

Porta aberta a particulares faz andar fila da caridade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Competimos com os outros hospitais devido à nossa qualidade, e não por caridade. Queremos ser a referência em cirurgia ortopédica, mesmo pedindo dinheiro para a sociedade." A frase de Wilson Dratcu, coordenador médico do Hospital Abreu Sodré, define bem o objetivo da instituição, que integra o complexo central da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
Criado em 1993, o Hospital Abreu Sodré nasceu de uma necessidade do Centro de Reabilitação da AACD, que recebe muitos pacientes com patologias altamente incapacitantes e que freqüentemente requerem cirurgias de grande porte.
A maioria dessas operações é ortopédica, e esse segmento responde por 80% das cirurgias feitas no hospital, que fica ao lado da AACD, na zona sul.
Muitas delas, por serem complexas e usarem implantes caros -com risco de complicações, o que exige UTI pós-operatória-, têm custo alto, que pode atingir R$ 150 mil. Como a maioria dos pacientes da AACD não tem condição de pagar, o hospital abre as portas para médicos credenciados utilizarem as instalações.
Esse público "pagante" é majoritariamente não-portador de deficiência física, internando-se para operações de hérnia, lesão no menisco ou fratura no tornozelo. A renda gerada pelas cirurgias particulares e por convênio faz andar a crescente fila de espera da AACD. Em média, três operações pagas revertem para uma gratuita. São cerca de 130 procedimentos de caridade por mês.
Com 85 leitos, o hospital tem 8 salas de cirurgia e 5 lugares na UTI. Os apartamentos destacam-se pela adaptação a deficiente físico. Em 2003, o Abreu Sodré recebeu a certificação da Organização Nacional de Acreditação. Outro forte ponto a favor é a baixa taxa de infecção hospitalar (segundo o hospital, de 1%), atribuída à ausência de pronto-socorro e ao alto grau de treinamento das equipes.
O ortopedista José Ricardo Pécora, chefe do Grupo de Joelho do Hospital das Clínicas, é cliente do Abreu Sodré desde 1993. "É um bom hospital, bem aparelhado. Por ser quase só de ortopedia, as equipes são especializadas, sabem o que fazer."
(ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA)


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