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Mistura de idiomas é comum na infância
As crianças de escolas bilíngues aprendem a falar
inglês conversando em português ao mesmo tempo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Posso comer seu "mellon"
(melão)?", diz o menino de
três anos, de olho na lancheira (ou "lunchbox") do colega. A professora corrige:
"Mellon, please".
A conversa ocorreu no refeitório da Puzzle School
(Campo Belo), em uma típica
refeição de escola bilíngue.
A mistura de idiomas faz
parte da rotina nas 20 escolas
bilíngues visitadas pela Folha, todas elas abertas nos
últimos sete anos.
O inglês sempre aparece
salpicado entre as conversas
em português.
"Put it on the wall" (ponha na parede), diz a professora para a turma de até quatro anos do colégio Santa
Amália, no Tatuapé .
"Quê? No varal?", pergunta o aluno, confundindo a
sonoridade das palavras. O
colega cochicha: "Acho que
é na parede mesmo", dando
um exemplo de aprendizagem por contexto.
Durante as aulas, a maioria dos professores fala só em
inglês. Em algumas escolas,
o resto da equipe também só
se comunica na língua estrangeira. Isso cria a chamada imersão total.
"A criança só vai falar em
inglês se houver necessidade, por isso o ambiente de
imersão", afirma Carla Rivetti, coordenadora da escola
Fernão Gaivota Maple Bear
Alphaville, na Grande SP.
As escolas infantis bilíngues buscam ensinar tudo o
que é dado em português.
Atividades cotidianas ajudam na aquisição de vocabulário. "Esconder um lápis
embaixo de uma folha e explicar em inglês que ele não
desapareceu é um desafio
para muitos profissionais",
diz Andressa Lutiano, diretora da Wish Bilingual, no Jardim Anália Franco.
(RAPHAEL SASSAKI e LUCIANO BOTTINI FILHO)
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