São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Mistura de idiomas é comum na infância

As crianças de escolas bilíngues aprendem a falar inglês conversando em português ao mesmo tempo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Posso comer seu "mellon" (melão)?", diz o menino de três anos, de olho na lancheira (ou "lunchbox") do colega. A professora corrige: "Mellon, please".
A conversa ocorreu no refeitório da Puzzle School (Campo Belo), em uma típica refeição de escola bilíngue.
A mistura de idiomas faz parte da rotina nas 20 escolas bilíngues visitadas pela Folha, todas elas abertas nos últimos sete anos.
O inglês sempre aparece salpicado entre as conversas em português.
"Put it on the wall" (ponha na parede), diz a professora para a turma de até quatro anos do colégio Santa Amália, no Tatuapé .
"Quê? No varal?", pergunta o aluno, confundindo a sonoridade das palavras. O colega cochicha: "Acho que é na parede mesmo", dando um exemplo de aprendizagem por contexto.
Durante as aulas, a maioria dos professores fala só em inglês. Em algumas escolas, o resto da equipe também só se comunica na língua estrangeira. Isso cria a chamada imersão total.
"A criança só vai falar em inglês se houver necessidade, por isso o ambiente de imersão", afirma Carla Rivetti, coordenadora da escola Fernão Gaivota Maple Bear Alphaville, na Grande SP.
As escolas infantis bilíngues buscam ensinar tudo o que é dado em português.
Atividades cotidianas ajudam na aquisição de vocabulário. "Esconder um lápis embaixo de uma folha e explicar em inglês que ele não desapareceu é um desafio para muitos profissionais", diz Andressa Lutiano, diretora da Wish Bilingual, no Jardim Anália Franco. (RAPHAEL SASSAKI e LUCIANO BOTTINI FILHO)


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