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Bilíngues que dão outros idiomas recebem cada vez mais brasileiros
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fundadas por imigrantes
para seus filhos, escolas bilíngues que dão aulas em
idiomas diferentes do inglês
têm entre os alunos cada vez
mais brasileiros sem nenhuma ligação com estrangeiros.
A escola Suíço-Brasileira,
no Alto da Boa Vista, é bilíngue em alemão e tem cerca
de 70% de alunos de origem
brasileira. Situação similar
vive o Miguel de Cervantes
(Morumbi). Criado por espanhóis em 1978, menos de um
quarto de seus alunos tem ascendência hispânica.
Apesar do predomínio de
brasileiros, a identificação
com o país de origem dos
fundadores continua presente nesses colégios. O Cervantes, por exemplo, mantém a
aula de cultura espanhola.
A OEN (Organização Educacional Nippaku), na Vila
Mariana, foi fundada em
1932 como uma escola de corte e costura que preparava japonesas para casar. Hoje,
tem ensino bilíngue em japonês e atrai interessados na
cultura nipônica.
Alguns desses colégios
têm currículos que permitem
que os alunos sigam os estudos fora do país.
Riccardo Valente, 18, cursa o 4º ano do liceo (equivalente a um 4º ano do ensino
médio) na escola italiana Eugenio Montale (Morumbi).
"Já morei na Itália, onde pude fazer meus estudos normalmente", diz ele, que é o
primeiro da família a ter nascido no Brasil.
No Humboldt (Interlagos),
fundado em 1916, as turmas
para quem fala alemão ou
português como primeira língua são separadas. O ensino
é bilíngue, mas a alfabetização é feita, primeiro, no idioma materno do aluno.
(RAPHAEL SASSAKI e RODNEI CORSINI)
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