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PÓS-GRADUAÇÃO
Maioria é regular, mas excelência aumenta
Avaliação também aponta redução do percentual de descredenciados
BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A cada três anos, cursos de
mestrado e de doutorado do
Sistema Nacional de Pós-Graduação enfrentam sua mais importante prova: a avaliação
trienal da Capes (Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior).
Na última edição, 2.256 programas passaram pelo raio-X,
com acompanhamento anual
de 2004 a 2006. As notas definitivas foram consolidadas em
dezembro, após o julgamento
dos recursos das instituições.
A nota média da maior parte
dos programas é três. Sinaliza
que atendem a critérios mínimos de qualidade para serem
recomendados pela Capes. Isso
pode tanto indicar que são novos e devem melhorar como ser
alerta de descredenciamento.
Em seguida (22,6%) vem a
nota cinco. A mais alta para os
programas que só têm mestrado, indica alto desempenho.
Também aumentou 14,5% o
número de cursos com nível de
excelência (nota seis ou sete)
em relação ao triênio anterior.
O crescimento apareceu em todas as regiões, exceto na Norte.
A maior parte dessas notas
está no Sudeste,
que reúne a maioria dos programas (57,5%). Foi o aumento
mais discreto: 10,78%.
O Nordeste se destaca pelo
maior crescimento de seis e sete -62,5%, de 8 para 13-, seguido pelo Centro-Oeste, com
50% (de 4 para 6). No Sul, a alta
foi de 18,5% (de 27 para 32).
Já a porcentagem de programas descredenciados (os que
tiram um ou dois) diminuiu,
atingindo 1,7% do total, menos
que na avaliação anterior (2%).
Critérios mais rígidos
Com os resultados em mãos,
a Folha ouviu coordenadores
de cursos e alunos de todo o
país, além dos representantes
de área que atuaram no triênio.
Para universidades, a avaliação
teve mais rigidez de critérios.
Alguns se sentiram prejudicados. Em ciências agrárias
houve reclamação quanto ao
fato de a produção científica de
cada docente ser computada
em só um programa, reduzindo
o número de publicações atribuídas a cursos multidisciplinares. Como o quesito é valorizado pela Capes, isso contribuiu para a queda de notas.
"A idéia é permitir dupla participação com critérios rigorosos", responde o diretor de avaliação da Capes, Renato Janine
Ribeiro. "Em algumas áreas, se a
produção é pertinente a duas
subáreas, é contada nas duas."
Em outros casos, como o de
letras, lingüística e artes, a mudança de critérios agradou,
pois exposição de obras de arte
e publicação em livros passaram a valer pontos no Qualis,
que classifica veículos de divulgação da produção acadêmica.
Confira nas próximas páginas um balanço da qualidade e
dos problemas das nove áreas.
E veja, na internet, as notas dos
cursos avaliados (www.folha.com.br/080211).
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