São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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PÓS-GRADUAÇÃO

Maioria é regular, mas excelência aumenta

Avaliação também aponta redução do percentual de descredenciados

BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A cada três anos, cursos de mestrado e de doutorado do Sistema Nacional de Pós-Graduação enfrentam sua mais importante prova: a avaliação trienal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Na última edição, 2.256 programas passaram pelo raio-X, com acompanhamento anual de 2004 a 2006. As notas definitivas foram consolidadas em dezembro, após o julgamento dos recursos das instituições.
A nota média da maior parte dos programas é três. Sinaliza que atendem a critérios mínimos de qualidade para serem recomendados pela Capes. Isso pode tanto indicar que são novos e devem melhorar como ser alerta de descredenciamento.
Em seguida (22,6%) vem a nota cinco. A mais alta para os programas que só têm mestrado, indica alto desempenho.
Também aumentou 14,5% o número de cursos com nível de excelência (nota seis ou sete) em relação ao triênio anterior. O crescimento apareceu em todas as regiões, exceto na Norte.
A maior parte dessas notas está no Sudeste, que reúne a maioria dos programas (57,5%). Foi o aumento mais discreto: 10,78%.
O Nordeste se destaca pelo maior crescimento de seis e sete -62,5%, de 8 para 13-, seguido pelo Centro-Oeste, com 50% (de 4 para 6). No Sul, a alta foi de 18,5% (de 27 para 32).
Já a porcentagem de programas descredenciados (os que tiram um ou dois) diminuiu, atingindo 1,7% do total, menos que na avaliação anterior (2%).

Critérios mais rígidos
Com os resultados em mãos, a Folha ouviu coordenadores de cursos e alunos de todo o país, além dos representantes de área que atuaram no triênio. Para universidades, a avaliação teve mais rigidez de critérios.
Alguns se sentiram prejudicados. Em ciências agrárias houve reclamação quanto ao fato de a produção científica de cada docente ser computada em só um programa, reduzindo o número de publicações atribuídas a cursos multidisciplinares. Como o quesito é valorizado pela Capes, isso contribuiu para a queda de notas.
"A idéia é permitir dupla participação com critérios rigorosos", responde o diretor de avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro. "Em algumas áreas, se a produção é pertinente a duas subáreas, é contada nas duas."
Em outros casos, como o de letras, lingüística e artes, a mudança de critérios agradou, pois exposição de obras de arte e publicação em livros passaram a valer pontos no Qualis, que classifica veículos de divulgação da produção acadêmica.
Confira nas próximas páginas um balanço da qualidade e dos problemas das nove áreas. E veja, na internet, as notas dos cursos avaliados (www.folha.com.br/080211).


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