São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Produção científica volumosa rende fruto

Próximo passo da área campeã em quantidade de pesquisas é difundir melhor seus trabalhos em veículos estrangeiros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Num país em que o setor agropecuário colhe 30% do PIB (Produto Interno Bruto), as ciências agrárias levam primeiro lugar em quantidade de produção científica, segundo censo do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), mesmo sendo a quinta área em número de cursos de pós-graduação.
O próximo passo é internacionalizar as pesquisas. "Temos pouca produção internacional. A intenção é globalizá-la", afirma José Oswaldo Siqueira, ex-integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, ex-representante de agrárias na Capes e atual diretor de um departamento no CNPq.
Em 2006, os pesquisadores da área publicaram 50.921 artigos de circulação nacional, dos quais 21.257 circularam internacionalmente. "É a trajetória natural: primeiro, crescemos em tamanho e, depois, refinamos a qualidade", avalia.
Os bons cursos permeiam todos os setores, que estão crescendo. No último triênio (2004-2006), só em agrárias 1, a maior do grupo, foram criados 26 programas.
O crescimento reflete-se no número de alunos, que cresce 6% (mestres) e 12% (doutores) ao ano. "Devemos passar de 1.000 doutores para 2.200 e de 2.500 mestres para 4.100 de 2000 a 2010", diz Siqueira.
Um terço dos programas da área tem conceito igual ou superior a cinco, com maior concentração em genética e melhoramento de plantas, microbiologia agrícola, fitologia, entomologia e ecossistemas, fisiologia vegetal e ciências do solo.
Só em veterinária não foi registrada nenhuma nota sete (houve duas na avaliação passada). "A área decidiu ser mais dura, para permitir o crescimento dos programas", afirma Rodrigo Costa Mattos, coordenador de veterinária na Capes.

Centros de excelência
Os centros de excelência do país estão na Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo) e na Universidade Federal de Viçosa (UFV). A Esalq-USP obteve quatro conceitos sete e três notas seis, enquanto a UFV teve duas notas sete e cinco conceitos seis. "São excelentes. Há que se considerar que estão entre as mais antigas da pós", diz Isaías Olívio Geraldi, ex-coordenador de ciências agrárias na Capes.
Maurílio Alves Moreira, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFV, diz que foi decisivo para a escola ter feito uma cooperação, na década de 60, com a Universidade Purdue (EUA), que durou 15 anos.
"O principal objetivo era criar a pós-graduação, que se consolidou muito rapidamente", conta Moreira.
Hoje a UFV tem novas parcerias internacionais e está negociando um doutorado em conjunto com a Universidade da Carolina do Norte (EUA) em biotecnologia vegetal.
A Esalq-USP mantém ao menos 17 convênios formais no exterior, e seu programa internacional de pós em biologia celular e molecular (envolvendo unidades das norte-americanas Rutgers e Universidade do Estado de Ohio), está em avaliação na Capes. (RGV)


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