São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pesquisa
Paulistanos estão indefinidos sobre a venda da Vale

da Redação

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce divide a opinião dos paulistanos. A conclusão é de pesquisa Datafolha realizada no dia 18 de abril em São Paulo.
Para 43% dos entrevistados a empresa deve continuar sob a tutela estatal. Para 38%, a estatal deve passar para a iniciativa privada.
O resultado está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Não souberam opinar sobre a privatização 15% dos paulistanos, e 4% deram outras respostas.
A situação se modifica quando é levado em conta o critério de renda familiar mensal.
Para 51% dos entrevistados que ganham mais de 20 salários mínimos, a Vale deve ser vendida. Nessa faixa de renda, 37% são contra a privatização, e 7% não opinaram.
Entre os que ganham menos de dez salários mínimos, a situação se inverte: 46% são contra o leilão da empresa, e 32%, favoráveis. O percentual de pessoas que não soube opinar cresce: 19%.
Na faixa intermediária, o equilíbrio prevalece. Defendem a privatização 45% dos entrevistados, contra 41% que são contra.

Escolaridade
A tendência se repete quando é levado em consideração o grau de instrução: quanto maior a escolaridade, maior o percentual de apoio à privatização.
Dos entrevistados que têm ensino superior, 56% disseram que são favoráveis à desestatização da empresa. Outros 35% defenderam a sua permanência nas mão do governo federal.
A situação se inverte e a privatização perde apoio quando é analisada a faixa que tem apenas o primeiro grau completo -46% são contra a venda da estatal, contra 29% que desejam ver a Vale privatizada.
Entre os que têm até o segundo grau completo, a divisão prevalece: 43% apóiam o processo de privatização da estatal, e 42% preferem que ela permaneça controlada pelo governo federal.
Leilão
A maioria do entrevistados (68%) afirmou saber que a empresa está em processo de privatização, enquanto 32% disseram desconhecer o fato.
Entre os paulistanos com renda familiar superior a 20 salários mínimos, o grau de conhecimento do leilão da Vale é maior: 87% -contra 13% que o ignoram.
Na faixa que recebe menos de dez salários mínimos, o percentual de paulistanos informados sobre a venda da estatal cai para 59%, e sobe para 41% o de desinformados.

Informação
A grande maioria dos paulistanos (81%) disse já ter ouvido falar da companhia. Os outros 19% afirmaram desconhecê-la. Apesar de a maioria dos entrevistados saber da existência da empresa, um percentual bem menor mostrou conhecer as atividades da estatal.
Dos que disseram conhecer a estatal, fizeram referências corretas ao setor de mineração (mineradora, mineração, ferro, ouro, cobre), no qual a empresa atua, 54% dos paulistanos. Um percentual significativo -40%- não soube responder. Outros 7% deram respostas incorretas sobre as áreas de atuação da Vale.


A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. A população adulta da cidade de São Paulo foi tomada como universo da pesquisa. O levantamento foi feito no dia 18 de abril. Foram entrevistadas 635 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos dentro de um intervalo de confiança de 95%.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã