São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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PARTICULAR

FGV integra graduação e mestrado

Estudantes de administração poderão usar disciplinas eletivas como crédito para a pós

ALEXANDRE NOBESCHI
DA REDAÇÃO

O curso de administração da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, um dos mais tradicionais do país, vai integrar, a partir do próximo semestre, a graduação com o mestrado.
Com a proposta, os futuros calouros, que fazem hoje o processo seletivo, poderão deixar a universidade com o título de bacharel e de mestre em administração. A obtenção dos dois títulos vai estender em um ano a duração do curso, passando de quatro para cinco anos.
Os estudantes que ingressarem no próximo semestre só poderão fazer a escolha pela dupla titulação quando estiverem entre o sexto e o sétimo semestre do curso.
Para lançar-se ao mestrado, o universitário terá de passar por um processo de seleção, que inclui análise do desempenho acadêmico, prova e entrevista. Caso ele seja aprovado, o aluno poderá utilizar os créditos obtidos com disciplinas eletivas feitas ao longo da graduação como créditos para o mestrado.
"Já tinha o plano de emendar um mestrado após a graduação e, com essa possibilidade, fico mais motivado", diz o estudante Fernando Lindenberg, 18.
Ele, que faz hoje o processo seletivo da GV, disse que escolheu o curso de administração na fundação por causa da tradição e também pelo peso da instituição no currículo de qualquer profissional.
Para ele, a integração entre graduação e mestrado é uma forma de reforçar a formação do jovem universitário.
A estudante Nathália Oliveira Costa, 19, que também faz o exame hoje, aponta o fator tempo como uma das vantagens da integração. "A gente, às vezes, perde muito tempo no cursinho para passar em uma boa universidade. Isso [a integração] ajuda a gente a ter um ensino melhor e mais rápido."
Segundo Marcos Vasconcellos, vice-diretor acadêmico da escola de administração de empresas da FGV, a integração graduação-mestrado trabalha com três vertentes.
A primeira é a do mestrado em administração. Na segunda, pode-se concluir a graduação em administração e fazer o mestrado em direito ou economia. Já a terceira permite que o formando faça um curso de pós-graduação no exterior e, ao voltar ao Brasil, emende com o mestrado na fundação.
O curso fora do país não vale como crédito para o mestrado.
As propostas fazem parte de uma uma série de mudanças que a fundação está promovendo para adequar a formação acadêmica às novas exigências do mercado.

Ciclos de aprendizado
A reformulação do curso, de acordo com a coordenadora Marta Farah, começou há dois anos, quando foram realizados encontros com profissionais do mercado, diretores de cursos universitários e consultores.
"Ao longo do processo, percebemos que o estudante não pode estar voltado apenas para o conhecimento técnico. Ele deve estar atento à formação cultural, à capacidade de se relacionar com as pessoas e à participação em projetos sociais e ambientais", explica Farah.
No novo modelo de ensino da Fundação Getúlio Vargas, o estudante passará por três ciclos de aprendizado. No primeiro deles, o aluno vai desenvolver sua capacidade crítica, reflexiva e de comunicação.
Na segunda fase serão trabalhadas as técnicas da administração e, na terceira, o aluno é preparado para o mercado de trabalho. "A idéia não foi fazer um ciclo básico, apenas com disciplinas teóricas e voltadas para a formação humanística", explica Vasconcellos.
"Do primeiro ao último semestre o aluno vai ter disciplinas voltadas à prática da administração."


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