São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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MBA

Aluno vira avaliador da qualidade do programa

Especialistas dão dicas sobre o que perguntar para saber se curso é bom

TOMÁS CHIAVERINI
Colaboração para a Folha

A oferta crescente de cursos de MBA e a falta de avaliação oficial de sua qualidade (as pós "stricto sensu" são examinadas pela Capes) trazem mais uma dúvida para o futuro aluno: como fazer uma boa escolha?
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o primeiro passo é avaliar a reputação das instituições, mas só esse quesito não é suficiente.
Os bons programas de MBA têm como objetivo atualizar profissionais que atuem na área de gestão e oferecer ferramentas que possam ser eficientemente aplicadas no mercado.
Para que o programa possa cumprir o que promete, os quadros das escolas devem ser preenchidos por professores com boa formação acadêmica e que atuem no mercado.
Conversar com ex-alunos e visitar a instituição para checar se as instalações oferecem um bom laboratório de informática e acesso a bancos de dados internacionais são outros passos importantes para garantir um bom investimento.
O processo seletivo também pede atenção: provas pouco exigentes podem resultar em classes de baixo nível e colegas sem muito a acrescentar.

Auto-análise
Antes de se matricular no curso, é preciso fazer também um auto-exame. Como é essencial ter boa experiência prática nos negócios, o coordenador-geral do programa de MBA da Fundação Dom Cabral, Alceu de Queiroz, 56, sugere voltar às aulas pelo menos cinco anos após a graduação.
"Uma instituição que aceita um candidato recém-graduado não está realmente preocupada com a formação do aluno", diz.
Simone Aguiar concorda com ele. Formada em educação física e administração --ela também chegou a cursar direito--, a executiva decidiu parar tudo, mudar-se para uma cidadezinha perto de Ohio, nos EUA, e se dedicar integralmente a um curso de MBA por lá.
O "retiro" deu resultado. Atualmente vice-presidente do setor de vendas na América Latina de uma multinacional, ela credita boa parte disso ao curso --e a tê-lo feito no momento certo. "É possível informar-se sobre as novidades do mercado e relembrar as informações aprendidas na graduação."
O engenheiro eletrônico Afonso Caetano, 45, também preferiu dar um tempo até voltar às aulas. Ele cursou uma pós-graduação em administração antes de buscar um MBA, que foi concluído quase 20 anos depois de ele ter enquadrado seu diploma de engenharia.
Executivo do Hospital do Câncer, continua se atualizando --atualmente, é aluno de um curso de pós-MBA.
"Os cursos propiciam redes de relacionamento que trazem oportunidades de negócio e novas chances de colocação", avalia Caetano.

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