São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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Mestrado acadêmico

Melhor hora para pós é logo após a graduação

Quem já trabalha escolhe tema ligado a sua seara profissional

MARIANA IWAKURA
Colaboração para a Folha

Para aproveitar o "embalo" nos estudos e, em muitos casos, a infra-estrutura e a ajuda financeira da família, é consenso: a melhor hora para fazer um mestrado acadêmico é logo após o fim da graduação.
O curso recebe sem problemas o recém-formado sem experiência profissional. "O mestrado dá aprofundamento e experiência em atividade científica ou tecnológica", descreve Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
De acordo com Renato Janine Ribeiro, diretor de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), quanto mais cedo o aluno obtiver o título, mais vantagens conseguirá.
Um profissional pós-graduado tem a capacidade de resolver novos problemas. "Ele será valorizado no mercado", diz Ribeiro. Além disso, há para o país a vantagem de ter mais jovens capacitados para o desenvolvimento científico.
Ribeiro lembra que as agências que fornecem bolsas de estudo, de certa forma, apóiam que o aluno seja jovem. "As bolsas são adequadas para a faixa dos 20 anos de idade. Os que têm 30 nem sempre se situam bem. Ganhar R$ 940 [bolsa da Capes], dependendo das responsabilidades, pode ser suficiente ou não. Se tiver carro, filhos, é complicado", avalia.
Isso é válido para quem depende da bolsa e que, por isso, não pode exercer outra atividade remunerada.
Mas não há impedimento para que profissionais com anos de experiência profissional voltem à academia. Aí, poderão trazer seu amadurecimento para o tema da pesquisa.
"Se o candidato faz mestrado logo após o término da graduação, ele trabalha em um tema normalmente escolhido pelo orientador", diz Teresa Atvars, pró-reitora de pós-graduação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Mas, diz Atvars, se o mestrando em potencial já estiver trabalhando fora, ele pode propor temas mais voltados às suas necessidades profissionais.

Escolhas
Quando decidir ingressar num mestrado, o candidato poderá averiguar a qualidade dos programas checando a avaliação trienal feita pela Capes (www.capes.gov.br).
Esse não deve ser o único cuidado: é preciso verificar se há, na instituição, um orientador que tenha um bom histórico de pesquisa. "O candidato deve consultar, na internet, se o orientador em potencial publica artigos importantes e se relaciona com outros pesquisadores", sugere Cruz.
Formado em direito, André Gualtieri de Oliveira, 26, tentou contato com vários professores da USP, em busca de um orientador de mestrado. Ele já tinha o projeto, e a futura orientadora foi receptiva. "Se não tivesse feito isso, teria sido mais difícil", avalia.

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