Abordagem pragmática dinamiza as aulas e permite troca de experiência

HELENA FRUET
Colaboração para a Folha

Não são apenas os jovens profissionais que vêem a oferta de cursos de mestrado profissional com bons olhos.
Algumas empresas também já enxergam nesse tipo de pós uma forma de solucionar a falta de profissionais que sejam altamente capacitados.
Uma delas é a Embraer. "Havia uma demanda enorme por engenheiros aeronáuticos, e muitas vezes buscávamos pessoas fora do país. Procuramos o ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica] e montamos um curso em parceria com eles", conta Carmine Sarao Neto, diretor de desenvolvimento de pessoas da Embraer.
Outro programa que nasceu da parceria entre escola e mercado foi o mestrado profissional em poder judiciário, da Fundação Getulio Vargas (RJ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros. Veio para preencher lacunas da formação de magistrados e de outros profissionais de direito.
A primeira turma começará neste semestre, e o curso terá disciplinas como gestão de orçamento, análises socioeconômicas das sentenças e estatística. "São matérias para a administração do tribunal e para conferir compreensão maior dos processos que são julgados", descreve a coordenadora pedagógica, Vivian Gama.
O viés pragmático dos cursos também muda bastante o perfil de colegas e de professores e a dinâmica das aulas. "Mais de 90% dos nossos alunos atuam no mercado. São, portanto, mais velhos e experientes que os mestrandos de cursos acadêmicos", avalia Mário Myiake, coordenador do IPT.
"Os professores também têm de estar conectados ao mercado, não só à parte teórica. Isso faz com que as aulas sejam de muita troca, entre professores e alunos e entre os próprios alunos", complementa.

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