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Perdendo a linha, mas nunca o lugar
No meio da balbúrdia de contratos curtos e jogadores indo para o exterior mesmo antes do fim de seus compromissos, o Campeonato Brasileiro mais longo da
história promete bagunçar de vez
a relação entre clubes e atletas.
Isso não vale para poucos, e, especialmente, para um goleiro que
foge totalmente do padrão de disciplina desejado por qualquer
empregador da bola no planeta.
Aos 29 anos, Danrlei prepara-se
para a 11ª temporada seguida como titular da meta do Grêmio.
Nenhum dos mais de 500 jogadores que vão disputar o Nacional
ostenta tanta longevidade como
titular de um mesmo clube.
Danrlei sobreviveu a mudanças
de técnicos e diretorias, além de
uma série de atos de indisciplina.
Nos últimos dez anos, o goleiro
agrediu árbitros, brigou com os
próprios companheiros e fez
ameaças a rivais, como aconteceu
com os santistas Diego e Robinho.
Tudo isso não foi capaz de fazer
com que ele fosse vendido ou dispensado. Na verdade, ele nem
pensa em prazos nos seus contratos e quer encerrar a carreira lá.
"Tenho fama de ser polêmico,
de ser encrenqueiro. Isso poderia
me prejudicar em outro clube.
Mas, aqui no Grêmio, todos sabem que sou uma pessoa boa. Isso me incentiva a continuar", disse Danrlei, que também tem bons
resultados em campo a seu favor.
Nos dez Brasileiros que ele disputou, o Grêmio passou às finais
em cinco oportunidades e foi
campeão uma vez, em 1996.
Quando Danrlei jogou, o Grêmio teve nos últimos dez anos
média de 1,34 gol sofrido por jogo
nos Nacionais. Quando ele foi
desfalque, a média passou a 1,46.
"Sem os títulos, eu já teria saído
há muito tempo", reconheceu o
goleiro, que nem pensa em engrossar a lista de transferências
que certamente vai ocorrer durante o Brasileiro-2003. "Já recebi
muitas propostas para deixar o
clube, mas nenhuma foi vantajosa. Mesmo ganhando mais, sempre levei em conta a qualidade de vida aqui em Porto Alegre".
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