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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Perdendo a linha, mas nunca o lugar

No meio da balbúrdia de contratos curtos e jogadores indo para o exterior mesmo antes do fim de seus compromissos, o Campeonato Brasileiro mais longo da história promete bagunçar de vez a relação entre clubes e atletas.
Isso não vale para poucos, e, especialmente, para um goleiro que foge totalmente do padrão de disciplina desejado por qualquer empregador da bola no planeta.
Aos 29 anos, Danrlei prepara-se para a 11ª temporada seguida como titular da meta do Grêmio. Nenhum dos mais de 500 jogadores que vão disputar o Nacional ostenta tanta longevidade como titular de um mesmo clube.
Danrlei sobreviveu a mudanças de técnicos e diretorias, além de uma série de atos de indisciplina.
Nos últimos dez anos, o goleiro agrediu árbitros, brigou com os próprios companheiros e fez ameaças a rivais, como aconteceu com os santistas Diego e Robinho.
Tudo isso não foi capaz de fazer com que ele fosse vendido ou dispensado. Na verdade, ele nem pensa em prazos nos seus contratos e quer encerrar a carreira lá.
"Tenho fama de ser polêmico, de ser encrenqueiro. Isso poderia me prejudicar em outro clube. Mas, aqui no Grêmio, todos sabem que sou uma pessoa boa. Isso me incentiva a continuar", disse Danrlei, que também tem bons resultados em campo a seu favor.
Nos dez Brasileiros que ele disputou, o Grêmio passou às finais em cinco oportunidades e foi campeão uma vez, em 1996.
Quando Danrlei jogou, o Grêmio teve nos últimos dez anos média de 1,34 gol sofrido por jogo nos Nacionais. Quando ele foi desfalque, a média passou a 1,46.
"Sem os títulos, eu já teria saído há muito tempo", reconheceu o goleiro, que nem pensa em engrossar a lista de transferências que certamente vai ocorrer durante o Brasileiro-2003. "Já recebi muitas propostas para deixar o clube, mas nenhuma foi vantajosa. Mesmo ganhando mais, sempre levei em conta a qualidade de vida aqui em Porto Alegre".


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