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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Quando o treinador é o melhor jogador

Ele era diferente quando jogava. Agora, no início da sua carreira de técnico, novamente destoa do resto dos colegas de profissão.
Em um Campeonato Brasileiro repleto de "teóricos", como ex-preparadores físicos (Celso Roth), ex-jogadores medíocres (Wanderley Luxemburgo) e até um ex-delegado de polícia (Antônio Lopes), Renato Gaúcho, que levou o Fluminense às semifinais do último Nacional e à decisão do Estadual do Rio deste ano, inseriu no setor da prancheta alguém que recebeu o carimbo de craque.
Dos 24 treinadores do Nacional, só três defenderam a seleção em Copas. Um deles, o hoje ponte-pretano Abel, foi um zagueiro de muita força. Outro, o santista Leão, um grande goleiro.
Já Renato foi um driblador que ainda marcava muitos gols e tinha um jeito, para muitos "teóricos", um tanto irresponsável de jogar.
Agora, na beira do campo, confirma a fama de rebelde, apesar de algumas recaídas, que o fazem seguir o manual vigente da profissão. Em jogo recente contra o Flamengo, por exemplo, impediu que seu time, que goleava por 4 a 0, desse o tradicional "olé" dos grandes jogos para evitar a revolta dos atletas adversários.
Taticamente, em compensação, Renato não tem medo de errar. Como Mário Sérgio -outro ex-jogador de fama-, do São Caetano, ele é capaz de profundas mudanças na equipe de um jogo para outro e de improvisações, como colocar um meia na lateral direita.
Nos treinos, nada de ficar parado na beira do gramado dando instruções. Ainda em forma, Renato participa até dos "rachões". Fez isso principalmente quando Romário, seu parceiro na seleção na Copa de 1990 e nas noitadas, estava nas Laranjeiras.
O antes esquentado jogador também agora sofre para controlar os nervos. No último final de semana, foi um dos protagonistas da grande confusão ocorrida na decisão do Estadual do Rio entre seu Fluminense e o Vasco.


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