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Viver de fama ainda é possível no futebol
Campanhas medíocres, vaias,
protestos, impeachment de presidente, briga interna por poder,
crise financeira e muitas dívidas.
Os acontecimentos que marcaram as últimas participações do
Flamengo no Brasileiro em nada
lembram o passado de um dos
maiores vencedores do certame
-soma quatro troféus, mesmo
número de Palmeiras e Vasco.
A melhor colocação que o clube
carioca obteve nos últimos cinco
anos foi um minguado 11º lugar
em 1998. O time, que chegou a ficar na zona de rebaixamento em
2002, colecionou manifestações
de desagrado de sua torcida.
Tamanha balbúrdia no campo
surtiu efeito nos bastidores. No
ano passado, acusado de improbidade administrativa, Edmundo
Santos Silva sofreu processo de
impeachment. Deixou ao sucessor a responsabilidade de gerir a
maior dívida de um clube no país
-cerca de R$ 160 milhões.
Apesar da crise, o passado e a fama continuam ajudando o Flamengo a manter o prestígio na relação com os cartolas das TVs e da
CBF. Mesmo com os resultados
ruins nos gramados, o clube vai
abocanhar a maior fatia do bolo
na distribuição das cotas de TV
do Brasileiro -cerca de R$ 12 milhões, mesmo valor concedido a
Corinthians, São Paulo e Vasco.
"Integramos o grupo que recebe
mais porque somos, de longe, o
clube com a maior torcida do Brasil. O resto não passa de especulação", disse o atual presidente do
clube, Hélio Ferraz.
A grandiosidade da torcida, porém, não está se refletindo nas bilheterias. Em 2002, o Flamengo
não foi o campeão de público
-perdeu até para o Paysandu.
Entusiasta da disputa por pontos corridos, Ferraz acredita que o
Nacional deste ano pode dar o impulso que o Flamengo precisa para sair do fundo do poço.
"Estamos criando um sistema
mais profissional para organizar
nosso futebol. Esse campeonato
será fundamental para revertermos o quadro de crise que se instaurou no clube", afirmou.
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