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RELIGIÃO
Influência da Universal preocupa Igreja Católica
MARCELO BERABA
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO
O governo do PT terá o apoio
imediato no Congresso da parte
mais organizada da bancada
evangélica, os 22 deputados e um
senador ligados à Igreja Universal, a maioria abrigada no PL.
A Universal apoiou Anthony
Garotinho no primeiro turno e
Lula no segundo. Para o coordenador político da igreja na Câmara, Bispo Rodrigues (PL-RJ), "a
experiência vai ser única e riquíssima: vamos fazer parte de um governo de esquerda em um país
com maioria de centro-direita."
A aliança da Igreja Universal
com o PT provocou mal-estar
dentro da Igreja Católica, o que
obrigou uma forte ação diplomática da direção da campanha petista junto à CNBB. A tensão foi
parcialmente superada quando ficou claro que o interesse do PT
era o passe do senador José Alencar para vice de Lula.
Mesmo assim, ainda persiste a
desconfiança de que a Universal
possa ter influência no novo governo, principalmente no Ministério das Comunicações, o que
aumentaria a sua força nas rádios
e TVs. O bispo de Jundiaí (SP), d.
Amaury Castanho, é explícito:
"Há rumores muito fortes de que
o Bispo Rodrigues teria exigido o
Ministério das Comunicações, e
isso é muito sério". Gilberto Carvalho, um dos coordenadores da
campanha de Lula, é peremptório: "Não há possibilidade", disse.
Para o Bispo Rodrigues, a preocupação da Igreja Católica não
tem fundamento. "Não vamos
para o governo para ficar pedindo
radiozinhas. E não acredito que
Lula vá entregar o ministério para
a área religiosa." Segundo ele, o
interesse maior dos evangélicos é
com a ação social, em que os católicos também têm forte presença.
Ele disse que não reivindica ministério e que pretende exercer
seu mandato de deputado federal
como líder do PL.
Depois da Igreja Universal, o
grupo mais forte na bancada
evangélica é formado por deputados ligados à Assembléia de Deus.
A maior parte apoiou Garotinho
no primeiro turno e Serra no segundo, mas não não devem fazer
oposição imediatamente.
A bancada evangélica deve votar junta nas questões morais
(aborto, casamento de homossexuais) e tem a promessa de Lula
de que, nestas matérias, o presidente ficará neutro, reservando
os embates ao Congresso.
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