São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Finalizador, time também desarmava

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira de 50 anos atrás driblava mais, finalizava mais, e para quem pensa que o time jogava só no ataque, desarmava mais também.
De acordo com a análise feita pelo Datafolha, as funções eram bem distintas na equipe comandada por Vicente Feola.
Cabia à defesa só desarmar, com Nilton Santos tendo um pouco de liberdade no apoio pelo setor esquerdo.
Em contraste com os brucutus de hoje, Zito e Didi estavam entre os melhores passadores da seleção, e dali surgia o esboço de um Brasil ofensivo. Era comum ver a dupla na área adversária para ajudar o ataque.
Do meio para frente, a obediência tática dava liberdade para movimentação. Vavá recuava para buscar jogo enquanto Pelé ficava enfiado na frente.
Garrincha, principal driblador da equipe, caía pela ponta esquerda para fazer jogadas com o pé trocado e Zagallo, além de cumprir a função de atuar aberto, fechava o meio para cobrir os espaços vazios.
Entre as seleções brasileiras que foram campeãs do mundo, o Brasil de 58, que arriscava mais o ataque, teve o melhor índice de finalizações certas: foram 13,5 por jogo, com aproveitamento de 44,3%. O ímpeto em buscar o gol rival resultou também em maior índice de passes errados. Na Suécia, a seleção errou 91,5 passes por partida -76,9% de eficácia.
Em vários momentos a velocidade do jogo se igualava à do futebol atual. E a pressa para recolocar a bola em jogo era a tônica da partida. Laterais e escanteios eram cobrados pelos próprios pontas. As faltas eram batidas rapidamente.
Garrincha foi outro ponto de desequilíbrio. Contra os franceses, foram 11 dribles, 12 desarmes, duas finalizações certas e oito cruzamentos da linha de fundo, sendo cinco certos.
Na final, ele também teve atuação de destaque com 15 fintas, 14 jogadas de linha de fundo e quatro finalizações, além de nove desarmes.


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