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ESTADOS - RIO GRANDE DO SUL
Ibope dá 10 pontos de vantagem para Yeda
Em disputa acirrada, Olívio reproduz o discurso antiprivatista de Lula e consegue reduzir sua desvantagem para a tucana
Ex-governador tenta colar a imagem à de Lula; tucana reage lembrando demissão de adversário do Ministério das Cidades no ano passado
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Yeda Crusius (PSDB), 62, e
Olívio Dutra (PT), 65, chegam
hoje ao dia da eleição para o governo do Rio Grande do Sul
após protagonizarem um dos
embates políticos mais acirrados do país nesta campanha.
O segundo turno gaúcho reproduziu o duelo eleitoral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin,
entre PT e PSDB.
Ao contrário da campanha
nacional, o petista Olívio Dutra
começou o embate do segundo
turno com as pesquisas lhe
dando desvantagem de 30 pontos. Na véspera da votação, institutos mostravam uma diferença de seis ou sete pontos a
favor da tucana Yeda Crusius.
Pesquisa Ibope divulgada ontem segue a tendência. A diferença é de nove pontos (dez
pontos dos votos válidos).
De acordo com o levantamento, Yeda tem 49% das intenções de votos totais (55%
dos válidos) contra 40% de Olívio (45% dos válidos). A pesquisa foi realizada entre os dias 25
e 27 e ouviu 2.002 eleitores 99
cidades. Está registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o
número 23.502/2006, e a margem de erro é de dois pontos.
Na última quinta, o instituto
Methodus mostrava Yeda 6,1
pontos à frente de Olívio. Anteontem, o Centro de Pesquisas
Correio do Povo apontava diferença de 7,7 pontos a favor de
Yeda. Nos três casos, mais que
os números, o que torna a disputa acirrada é a evolução dos
candidatos e a tendência de
crescimento de Olívio.
Na primeira pesquisa do segundo turno realizada pelo
CPCP, nos dias 10 e 11, Yeda tinha 30,7 pontos a mais que Olívio, 61,7%, a 31%. Na ocasião,
muitos petistas e tucanos davam a eleição como definida.
No primeiro turno, Yeda teve
32,9% dos votos válidos, contra
27,39% de Olívio.
Do início da disputa de segundo turno até as vésperas das
votações, os candidatos se dedicaram a enfatizar temas como
privatizações e crise financeira
do Estado. O assunto mais polêmico foi o das privatizações.
Olívio procurou colocar em Yeda a pecha de ""privatista". Yeda
passou dias se defendendo. Nas
coordenações das campanhas,
há a convicção de que o assunto
é capaz de reverter votos.
Lula e FHC
Para atacar Olívio, Yeda lembrou as negociações dele como
governador (1999 a 2002) com
a Ford e a resultante opção da
multinacional por Camaçari
(BA). Como réplica, Olívio lembrou os incentivos fiscais dados
à Ford, na época, pelo governo
FHC. Yeda -como deputada
federal- votou a favor de tais
incentivos.
Além de procurar mostrar
que as duas candidaturas representam visões opostas de
administração, Olívio tentou
colar sua imagem à de Lula. Como antídoto, Yeda chegou a colocar em dúvida a amizade entre Lula e Olívio, alegando que
o presidente demitiu o gaúcho
do Ministério das Cidades (que
ele ocupou até 2005).
A avaliação dos coordenadores tucanos para a sangria de
votos passa pela forma como
todos esses temas foram explorados e também pela demora
de Yeda começar a fazer corpo-a-corpo no início do segundo
turno. Enquanto isso, o PT colocava militantes para fazer
campanha no interior.
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