São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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ESTADOS - RIO GRANDE DO SUL
Ibope dá 10 pontos de vantagem para Yeda

Em disputa acirrada, Olívio reproduz o discurso antiprivatista de Lula e consegue reduzir sua desvantagem para a tucana

Ex-governador tenta colar a imagem à de Lula; tucana reage lembrando demissão de adversário do Ministério das Cidades no ano passado

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Yeda Crusius (PSDB), 62, e Olívio Dutra (PT), 65, chegam hoje ao dia da eleição para o governo do Rio Grande do Sul após protagonizarem um dos embates políticos mais acirrados do país nesta campanha.
O segundo turno gaúcho reproduziu o duelo eleitoral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, entre PT e PSDB.
Ao contrário da campanha nacional, o petista Olívio Dutra começou o embate do segundo turno com as pesquisas lhe dando desvantagem de 30 pontos. Na véspera da votação, institutos mostravam uma diferença de seis ou sete pontos a favor da tucana Yeda Crusius.
Pesquisa Ibope divulgada ontem segue a tendência. A diferença é de nove pontos (dez pontos dos votos válidos).
De acordo com o levantamento, Yeda tem 49% das intenções de votos totais (55% dos válidos) contra 40% de Olívio (45% dos válidos). A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 27 e ouviu 2.002 eleitores 99 cidades. Está registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número 23.502/2006, e a margem de erro é de dois pontos.
Na última quinta, o instituto Methodus mostrava Yeda 6,1 pontos à frente de Olívio. Anteontem, o Centro de Pesquisas Correio do Povo apontava diferença de 7,7 pontos a favor de Yeda. Nos três casos, mais que os números, o que torna a disputa acirrada é a evolução dos candidatos e a tendência de crescimento de Olívio.
Na primeira pesquisa do segundo turno realizada pelo CPCP, nos dias 10 e 11, Yeda tinha 30,7 pontos a mais que Olívio, 61,7%, a 31%. Na ocasião, muitos petistas e tucanos davam a eleição como definida.
No primeiro turno, Yeda teve 32,9% dos votos válidos, contra 27,39% de Olívio.
Do início da disputa de segundo turno até as vésperas das votações, os candidatos se dedicaram a enfatizar temas como privatizações e crise financeira do Estado. O assunto mais polêmico foi o das privatizações. Olívio procurou colocar em Yeda a pecha de ""privatista". Yeda passou dias se defendendo. Nas coordenações das campanhas, há a convicção de que o assunto é capaz de reverter votos.

Lula e FHC
Para atacar Olívio, Yeda lembrou as negociações dele como governador (1999 a 2002) com a Ford e a resultante opção da multinacional por Camaçari (BA). Como réplica, Olívio lembrou os incentivos fiscais dados à Ford, na época, pelo governo FHC. Yeda -como deputada federal- votou a favor de tais incentivos.
Além de procurar mostrar que as duas candidaturas representam visões opostas de administração, Olívio tentou colar sua imagem à de Lula. Como antídoto, Yeda chegou a colocar em dúvida a amizade entre Lula e Olívio, alegando que o presidente demitiu o gaúcho do Ministério das Cidades (que ele ocupou até 2005).
A avaliação dos coordenadores tucanos para a sangria de votos passa pela forma como todos esses temas foram explorados e também pela demora de Yeda começar a fazer corpo-a-corpo no início do segundo turno. Enquanto isso, o PT colocava militantes para fazer campanha no interior.


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