São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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ESTADOS - PARÁ
PT pode pôr fim a 12 anos de governo tucano

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Depois de liderar a disputa eleitoral durante todo o primeiro turno, o candidato do PSDB ao governo do Pará, Almir Gabriel (PSDB), 74, viu no segundo turno a candidatura de sua adversária, Ana Júlia Carepa (PT), 48, crescer e ameaçar a continuidade de 12 anos de governo tucano no Estado.
Pesquisa Ibope/TV Liberal divulgada ontem aponta empate técnico entre Ana Júlia e Almir Gabriel. A petista chega ao dia da eleição com 51% dos votos válidos, contra 49% do tucano. O empate técnico se dá em razão da margem erro, que é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Pelos votos totais, Ana Júlia tem 48% das intenções de voto (53% na anterior), contra 46% de Almir Gabriel (43% na anterior). Votos nulos e indecisos somam 6%. A pesquisa, feita de 25 a 27, com 812 eleitores, em 41 cidades, está registrada no TRE sob o nš 19.768/2006.
No primeiro turno da eleição, Gabriel teve 43,8% dos votos válidos, e Ana Júlia, 37,5%.
A petista atribui seu crescimento nas pesquisas ao desgaste dos três governos consecutivos do PSDB no Pará -com Gabriel à frente do Estado em dois mandatos, de 1995 a 2002.
O crescimento da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição no segundo turno também ajudou a alavancar a petista. A exemplo da campanha de Lula, Ana Júlia tentou ligar seu adversário às privatizações.
O apoio do PMDB do deputado federal Jader Barbalho (PA) à candidatura de Ana Júlia tem sido uma fonte de críticas a ela. No último debate, Gabriel questionou a aliança feita com Jader, que já foi alvo de ataques do PT em eleições passadas.
A campanha de Gabriel explora a idéia de que não há necessidade de mudar o projeto político em andamento no Estado e mostra o que já foi feito na área social e os investimentos em infra-estrutura.

Jornais e pasta roubada
Anteontem, a coligação de Ana Júlia fez uma representação criminal ao Ministério Público Eleitoral, com pedido de prisão das pessoas envolvidas na distribuição de um jornal contrário à petista.
Na última semana, a Polícia Federal apreendeu cerca de 9.000 exemplares de jornais com críticas às alianças feitas por ela. A coordenação da campanha de Gabriel nega envolvimento dele com o material.
Dias antes, Gabriel teve uma pasta de documentos furtada após um debate e acusou indiretamente seus adversários. A pasta, já recuperada, foi enviada para análise na polícia científica, que tentará identificar impressões digitais. Gabriel ainda foi alvo de boatos de que estaria doente, o que negou.
Desde setembro, Ana Júlia faz campanha sobre uma cadeira de rodas. Ela sofreu uma queda em um palanque montado na carroceria de um caminhão e fraturou a perna direita.


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