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ESTADOS - PARÁ
PT pode pôr fim a 12 anos de governo tucano
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois de liderar a disputa
eleitoral durante todo o primeiro turno, o candidato do
PSDB ao governo do Pará, Almir Gabriel (PSDB), 74, viu no
segundo turno a candidatura
de sua adversária, Ana Júlia Carepa (PT), 48, crescer e ameaçar a continuidade de 12 anos
de governo tucano no Estado.
Pesquisa Ibope/TV Liberal
divulgada ontem aponta empate técnico entre Ana Júlia e Almir Gabriel. A petista chega ao
dia da eleição com 51% dos votos válidos, contra 49% do tucano. O empate técnico se dá em
razão da margem erro, que é de
três pontos percentuais, para
mais ou para menos.
Pelos votos totais, Ana Júlia
tem 48% das intenções de voto
(53% na anterior), contra 46%
de Almir Gabriel (43% na anterior). Votos nulos e indecisos
somam 6%. A pesquisa, feita de
25 a 27, com 812 eleitores, em
41 cidades, está registrada no
TRE sob o nš 19.768/2006.
No primeiro turno da eleição,
Gabriel teve 43,8% dos votos
válidos, e Ana Júlia, 37,5%.
A petista atribui seu crescimento nas pesquisas ao desgaste dos três governos consecutivos do PSDB no Pará -com Gabriel à frente do Estado em dois
mandatos, de 1995 a 2002.
O crescimento da candidatura do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) à reeleição
no segundo turno também ajudou a alavancar a petista. A
exemplo da campanha de Lula,
Ana Júlia tentou ligar seu adversário às privatizações.
O apoio do PMDB do deputado federal Jader Barbalho (PA)
à candidatura de Ana Júlia tem
sido uma fonte de críticas a ela.
No último debate, Gabriel
questionou a aliança feita com
Jader, que já foi alvo de ataques
do PT em eleições passadas.
A campanha de Gabriel explora a idéia de que não há necessidade de mudar o projeto
político em andamento no Estado e mostra o que já foi feito
na área social e os investimentos em infra-estrutura.
Jornais e pasta roubada
Anteontem, a coligação de
Ana Júlia fez uma representação criminal ao Ministério Público Eleitoral, com pedido de
prisão das pessoas envolvidas
na distribuição de um jornal
contrário à petista.
Na última semana, a Polícia
Federal apreendeu cerca de
9.000 exemplares de jornais
com críticas às alianças feitas
por ela. A coordenação da campanha de Gabriel nega envolvimento dele com o material.
Dias antes, Gabriel teve uma
pasta de documentos furtada
após um debate e acusou indiretamente seus adversários. A
pasta, já recuperada, foi enviada para análise na polícia científica, que tentará identificar
impressões digitais. Gabriel
ainda foi alvo de boatos de que
estaria doente, o que negou.
Desde setembro, Ana Júlia
faz campanha sobre uma cadeira de rodas. Ela sofreu uma
queda em um palanque montado na carroceria de um caminhão e fraturou a perna direita.
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