São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Campeã em notas 7 fica em segundo em notas 6

Apesar da excelência em pesquisa, são poucos os doutores absorvidos pelo mercado

LARA SILBIGER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Campeã em número (25) e percentual (9,6%) de notas 7, a área de ciências exatas e da terra também ostenta o segundo lugar em notas 6, com 27 programas, 10% do total.
Na avaliação, 27% dos programas de astronomia e física receberam nota 6 ou 7.
Anderson Gomes, coordenador da área na Capes, afirma que o país ocupa a 13ª posição no ranking mundial de publicações científicas.
"Enfrentamos o desafio de valorizar essas ciências para o desenvolvimento econômico", avalia Gomes.
Uma consequência é a baixa absorção dos doutores, que correspondem a 10% da mão de obra empregada.
Apesar de as áreas de física, geociências e química formarem ilhas de excelência acadêmica, o rumo de mestres e doutores é incerto.
Em geociências, onde 21% dos programas têm notas 6 e 7, academia e empresas competem por talentos. "Os maiores polos de atração são os setores de recursos hídricos, indústria de petróleo, mineração e ambiente", diz Roberto Dall'Agnol, coordenador da área na Capes.

PARCERIAS
Com o mercado aquecido, "candidatos pensam duas vezes antes de ingressar na pós", concorda Marcondes da Costa, coordenador do programa de geologia e geoquímica da UFPA (Universidade Federal do Pará).
A demanda por doutores, porém, não é significativa fora da universidade. "Empresas priorizam a solução imediatista", opina Dall'Agnol.
Já na área de química, que responde por 70% das patentes brasileiras registradas no país e no exterior, a relação com o mercado melhora.
"Temos parcerias com Petrobras, Braskem e outras petroquímicas que fazem grandes investimentos e se beneficiam dos avanços científicos e dos recursos humanos", afirma Jairton Dupont, coordenador de química.
O desafio é equacionar oferta e procura. "Formamos 1.500 doutores no triênio anterior, mas deveríamos quadruplicar esse número para atender à demanda, desde o pré-sal até as metalúrgicas", afirma Dupont. "A base atual nem sequer é suficiente para suprir a expansão universitária, que absorve 70% deles."


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