São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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PSDB lançará mutirão para obter R$ 15 mi

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB tem até o fim de novembro para arrecadar cerca de R$ 15 milhões para cobrir despesas de campanha de Geraldo Alckmin à Presidência. Esse é o buraco nas contas do comitê.
Segundo tucanos, os gastos somavam, até sexta-feira, R$ 77 milhões. Mas não havia previsão de receita suficiente. Como o prazo para prestação de contas é de até 30 dias após a votação, o PSDB se lançará num mutirão em busca de novas doações.
O governadores eleitos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) já foram convocados a ajudar. Como governadores dos maiores Estados do país, terão condições de sensibilizar os empresários.
Vice-presidente do comitê financeiro, Paulo Bressan, confirma a necessidade de novas contribuições. Mas explica que só hoje, numa reunião em Brasília, será possível fechar as contas e definir a estratégia de arrecadação.
"Aí, saberemos quanto precisamos levantar [para fechar as contas]", disse Paulo Bressan.
Segundo petistas envolvidos no trabalho de arrecadação, o comitê financeiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem um passivo de cerca de R$ 5 milhões, produto do aumento de gastos na reta final.
Como houve segundo turno, o volume de gastos aumentou. Mas, com a reeleição do presidente, os petistas duvidam que seja difícil arrecadar o valor.
Para o PSDB, o cenário é outro. E, se o comando da campanha não obtiver os recursos, a conta será assumida pelo Diretório Nacional do partido, como aconteceu em 2002, quando Serra era candidato.
Na época, o PSDB herdou uma dívida superior a R$ 4 milhões, hoje em pouco menos de R$ 2 milhões. Para pagá-la, o partido reteve parte do dinheiro destinado aos diretórios estaduais. Mas o risco é pior: em caso de calote, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está autorizado a bloquear o repasse do fundo partidário para pagar aos credores.
Segundo Bressan, o pedido de aumento de limite de gastos - de R$ 85 milhões para R$ 95 milhões - era desnecessário. Mas foi feito ao TSE por precaução.
Ao longo da campanha, o ritmo de doação variou ao sabor das pesquisas. No início do segundo turno, por exemplo, o comitê eleitoral de Alckmin foi procurado espontaneamente por empresários que, até então, só haviam contribuído com a candidatura de Lula.
Em dez dias, a equipe de Alckmin arrecadou mais de R$ 15 milhões, quase o suficiente para o pagamento de despesas programadas para o segundo turno. Mas, consolidada a liderança de Lula, o volume de doações foi diminuindo.
Como havia dívidas do primeiro turno, as contas ontem fechavam com esse rombo. "Ainda existem compromissos de doaçõão para o mês de novembro. Acreditamos que serão honrados", afirma Bressan


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